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1945: Campo para acolher refugiados e ex-prisioneiros de guerra alemães

26 set 2016 - 04h25
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Em 26 de setembro de 1945 foi aberto numa pequena cidade perto de Göttingen, no centro da Alemanha, um acampamento para receber os prisioneiros e refugiados alemães que retornavam do Leste Europeu após a Segunda Guerra.Nos primeiros três meses de funcionamento, mais de 500 mil pessoas passaram pelo local que nos anos anteriores já funcionara como centro de atendimento a refugiados de guerra.

Friedland, a pequena cidade no centro da Alemanha reunificada (fronteira com a Alemanha comunista depois de 1945), havia sido escolhida para sede do campo de recepção de prisioneiros de guerra alemães libertados pelos soviéticos. Na época, Friedland era o ponto de interseção das zonas de ocupação britânica, norte-americana e soviética e, ao mesmo tempo, importante núcleo ferroviário.

Imediatamente depois do final da Segunda Guerra Mundial, o local se tornou parada obrigatória para milhões de alemães do Leste Europeu que haviam sido banidos de suas casas. Entre 1949 e 1955, seguiram-se os prisioneiros alemães libertados pelos soviéticos. Mais tarde, foram os descendentes de alemães e, depois, os indesejados pelo governo na Alemanha Oriental.

Museu para manter a história viva

Com exceção dos refugiados chilenos e vietnamitas que passaram por Friedland, foi essencialmente a crise econômica provocada pela derrocada do socialismo que motivou a prorrogação das atividades do campo de acolhimento.

Era um enorme barracão de folhas de zinco, onde há muito não morara ninguém. Ele funciona como museu, esclarecendo sobre a importante função do lugar para as pessoas que retornavam à então Alemanha Ocidental apenas com a roupa do corpo.

Por acentuar esse papel como centro de reintegração social não só de alemães, o campo de Friedland passou a ser conhecido como "Portão para a Liberdade". Depois serviu durante muitos anos como único centro de acolhimento de Aussiedler, imigrantes de origem alemã provenientes do antigo bloco do Leste, sobretudo da ex-União Soviética.

O Ministério do Interior considerava altos os custos de manutenção e alegava que o número de descendentes de alemães do Leste que retornariam ao país dos antepassados continuaria diminuindo. O Ministério, no entanto, resolveu manter o local, destacando seu valor histórico no pós-guerra.

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