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Vírus de gripe suína não pode mais ser contido, diz OMS

Órgão diz que risco de pandemia aumentou, mas que ela não é inevitável; 73 casos foram confirmados no mundo.

28 abr 2009 - 06h49
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O vírus da gripe suína detectado pela primeira vez no México não pode mais ser contido e os governos agora devem se focar em medidas para mitigar seus efeitos, disse um representante de alto escalão da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A declaração foi feita pelo diretor-geral-assistente da OMS, Keiji Fukuda, quando a organização anunciou que estava aumentando o nível de alerta para quatro - dois níveis abaixo do referente a uma pandemia.

"Com a disseminação do vírus...fechar fronteiras ou restringir viagens tem muito pouco efeito na contenção desse vírus", disse Fukuda.

Segundo ele, o aumento no nível dealerta sinaliza "um passo significativo em direção a uma pandemia degripe", mas ele ressaltou "que uma pandemia não é considerada inevitável".

Nesta terça-feira pela manhã, a OMS confirmou que 73 casos foram diagnosticados no mundo.

Alerta

A decisão da OMS de aumentar o nível de alerta para 4 - em uma escala que vai até 6 - foi tomada após uma reunião de emergência de especialistas, que foi antecipada em um dia por causa de preocupações com o aumento do surto.

O nível de alerta grau 4 sinaliza que o vírus está mostrando a capacidade de ser transmitido entre humanos, com a possibilidade de causar surtos em níveis comunitários.

Leia também na BBC Brasil: Gripe suína chega à Grã-Bretanha; México suspeita de 149 mortes

Os primeiros lotes de vacina contra a gripe suína podem estar prontos em quatro ou seis meses, mas, de acordo com Fukuda, levará mais alguns meses para que ela seja produzida em grandes quantidades.

Especialistas em saúde afirmam que o vírus da gripe suína tem a mesma origem de vírus que causam surtos periódicos em humanos. Mas eles afirmam que a nova versão do vírus que foi detectada contém material genético de vírus que normalmente afetam porcos e pássaros.

Mortes no México

Também nesta segunda-feira, o ministro da Saúde do México, José Angél Córdova, afirmou que o número de mortos com suspeita da doença no país aumentou de 100 para 149. Destes, no entanto, apenas 20 casos tiveram relação confirmada com a gripe.

Todos os que morreram, segundo Córdova, tinham entre 20 e 50 anos de idade.

Outras pandemias, segundo especialistas, também se caracterizaram por infectarem adultos jovens e saudáveis.

"Estamos em um momento decisivo da crise, o número (de mortos) deve continuar aumentando", disse Córdova em uma entrevista coletiva.

Córdova afirmou que cerca de 2 mil pessoas foram hospitalizadas desde que o primeiro caso de gripe suína foi registrado, em 13 de abril. Metade delas, no entanto, já teria sido autorizada a voltar para casa.

Escolas em todo o México devem permanecer fechadas até o dia 6 de maio, na medida em que o país tenta combater o surto.

Enquanto Córdova concedia a entrevista coletiva na Cidade do México, onde o surto está concentrado, a capital do país foi atingida por um terremoto de 5,6 graus na Escala Richter. Não houve registros de mortos ou feridos, no entanto.

Outros países

Em quase todos os casos registrados de gripe suína fora do México, os infectados ficaram apenas levemente doentes e conseguiram se recuperar completamente.

Nos Estados Unidos, mais 20 casos foram confirmados no Estado de Nova York. Casos também foram registrados nos Estados de Ohio, Kansas, Texas e Califórnia. O total de casos confirmados no país já chega a 40.

Apenas uma pessoa teria sido hospitalizada por ter contraído o vírus nos EUA, mas já teria se recuperado.

No Canadá, seis casos foram registrados em pontos diferentes do país.

A gripe suína chegou oficialmente chegou à Europa nesta segunda-feira, quando testes confirmaram que um jovem na Espanha e duas pessoas na Escócia estavam infectados com o vírus. Todos eles haviam visitado o México recentemente.

Os infectados na Europa, segundo as últimas informações, estariam se recuperando bem.

Viagens

Também nesta segunda-feira, o Departamento de Estado dos EUA divulgou um comunicado onde recomenda que os cidadãos americanos evitem viagens "que não sejam essenciais" ao México.

"O Departamento de Estado alerta os cidadãos americanos sobre os riscos para a saúde de se viajar para o México no momento, por causa de um surto do vírus H1N1, a "gripe suína". O Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) recomenda que sejam evitadas todas as viagens não essenciais ao México no momento", diz o comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha também pediu que os cidadãos do país evitem viajar para o México.

Leia também na BBC Brasil: Brasil usará plano de gripe aviária contra suína, diz governo

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