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Temporão: 36 são monitorados por gripe; 2 são suspeitos

29 abr 2009 - 16h35
(atualizado em 30/4/2009 às 19h50)
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Laryssa Borges

Direto de Brasília

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quarta-feira que 36 pessoas são monitoradas em todo o País por terem apresentados sintomas semelhantes aos da gripe suína. Outros dois pacientes - um em Minas Gerais e outro em São Paulo - se enquadram no protocolo do ministério como casos clínicos suspeitos.

Temporão mostra cartela de medicamentos usados no tratamento da gripe suína
Temporão mostra cartela de medicamentos usados no tratamento da gripe suína
Foto: Agência Brasil

"Não existem evidências da circulação do vírus da influenza suína no Brasil", ressaltou o chefe da pasta da Saúde. No cenário atual, os pacientes estão em monitoramento nos Estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo. Os dois pacientes com quadro clínico considerado suspeitos já começaram a ser tratados com o medicamento antiviral.

Temporão garantiu que o Brasil está preparado para enfrentar um eventual surto de gripe suína. De acordo com o ministro, desde 2000 o País vem se fortalecendo para poder "captar com rapidez qualquer coisa que aconteça em relação a doenças".

"O Brasil está preparado para combater a gripe suína. O preparo para essa situação já vem de algum tempo, (com a instalação da) rede de vigilância para monitorar a influenza", declarou Temporão.

"Evidentemente que essa questão nos preocupa a todos, mas é muito importante passar informações seguras. Todo o esforço e capacidade organizacional e inteligência no campo da saúde publica brasileira estão mobilizados para que possamos enfrentar com qualidade e sucesso essa situação. É importante que as pessoas confiem nas autoridades sanitárias. O momento e difícil, é uma situação importante, mas o País está preparado", disse.

Conforme explicou o ministro da Saúde, o Brasil tem capacidade de disponibilizar 9 milhões de tratamentos, em caso de emergência, sendo que para uso imediato o governo federal tem 6.250 tratamentos para adultos e 6.250 tratamentos pediátricos. Os medicamentos, alerta Temporão, só podem ser indicados por médicos e não há razão para uma busca desenfreada pelos remédios. Para viabilizar as doses, no entanto, o governo ainda se reunirá a fim de discutir se o Brasil precisa colocar esse medicamento de pronto no mercado.

"O pior que nos poderia acontecer agora é a busca pela automedicação em casos hipotéticos ou presumíveis. A automedicação, além de desaconselhada, pode ser muito prejudicial", disse.

O vírus, identificado no México, já matou sete pessoas naquele país e, nesta manhã, a primeira vítima mortal foi anunciada no Estado do Texas, nos Estados Unidos. Ao reforçar as políticas do governo brasileiro para o enfrentamento da doença, o ministro da Saúde explicou que os sintomas que podem apontar o eventual contágio são: febre acima de 38°C, tosse, dor nas articulações, na garganta ou na cabeça e dificuldade de respiração em pessoas que voltaram dos países foco da doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 148 casos confirmados, com oito mortes. A doença respiratória aguda causada pelo vírus H1N1 já tem pessoas infectadas no Reino Unido, Escócia, Alemanha, Áustria, Israel, Nova Zelândia e Espanha, além do México, Estados Unidos e Canadá.

Nesta tarde, a OMS elevou de quatro para o cinco o nível de alerta de uma pandemia de gripe suína por verificar que existem pelo menos dois países em uma mesma região com casos confirmados desse tipo de influenza. "Seria uma irresponsabilidade dizer que não vai chegar ao Brasil. Se chegar vamos enfrentar (com medicamentos)", observou.

Para pessoas que voltaram de viagens em países com a doença a orientação do governo brasileiro é que, caso apresentem os sintomas da gripe suína, procurem postos da vigilância sanitária no desembarque no Brasil. Aquelas com viagens para os destinos afetados devem estar atentos às recomendações dos respectivos governos.

Medicamentos

Temporão garantiu que o Brasil não terá problemas com indisponibilidade de medicamentos, caso tenha que enfrentar o vírus da gripe suína. "A passagem do nível quatro para o nível cinco significa aguardar as orientações. Do ponto de vista do Brasil diria que estamos na frente. Não estamos correndo atrás", disse o ministro.

"Por ora, a única recomendação é que os países coloquem em vigor os planos de contingência. O Brasil tem o seu desde 2005 e está implementando desde sábado", reforçou o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penha."A produção será assim que a gente determinar. A qualquer momento, depois que houve a informação (de elevação do nível quatro para o nível cinco) vamos ter que reavaliar esse quadro (de produção de medicamentos)", disse o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Raposo.

A explicação do governo brasileiro para não produzir em massa os medicamentos é que, lacrados, os remédios em estado bruto têm maior prazo de validade. Como ainda não existe a confirmação do vírus H1N1 em território brasileiro, as autoridades de saúde decidiram aguardar mais tempo.

"Temos conjunto de tratamentos, mas temos estoque muito grande de material a granel para transformarmos em até 9 milhões de tratamentos, o que nos dá segurança. Sabemos que temos a droga específica e recomendada para os casos. Podemos começar a fabricar de imediato", declarou José Gomes Temporão, ressaltando que, por enquanto, ainda não se tem uma informação definitiva sobre o grau de letalidade do vírus.

Temporão explicou ainda que, se houver necessidade, o governo federal irá fazer complementações orçamentárias para o setor de saúde. "Evidentemente que, se houver necessidade de um esforço adicional, tudo o que o governo puder fazer vai fazer. Nesse momento os recursos são suficientes. Obviamente não faltarão recursos, sejam eles quais forem para proteger o país da doença".

Gripe Suína

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe suína é causada por uma variante do vírus influenza tipo A, que porta a designação H1N1. O órgão teme uma pandemia caso o vírus sofra uma nova mutação que torne os humanos incapazes de combater a doença, por falta de anticorpos.

A gripe suína teria matado mais de 150 pessoas no México, país mais afetado pelo surto, onde cerca de 2 mil pessoas estariam infectadas. No entanto, autoridades sanitárias do país confirmaram apenas 49 casos e sete mortes relacionadas ao vírus AH1N1.

Nos EUA, até o momento foram confirmados 91 casos de pessoas com gripe suína; uma pessoa morreu.

Fonte: Redação Terra
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