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Somália atinge níveis de desnutrição mais graves do mundo

13 jul 2011 - 10h01
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O número de crianças com desnutrição severa no sul da Somália duplicou desde março, até alcançar os níveis mais altos do mundo, o que levou inclusive os grupos armados islamitas que controlam a região a pedirem que se retomem as operações humanitárias na região.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou nesta quarta-feira que nas regiões somalis de Bay e Lower Shabelle, duas das mais atingidas pela seca no "Chifre da África", 11% das crianças menores de cinco anos sofrem desnutrição severa.

O grupo islamita Al Shabab que controla a zona e vinculado a Al Qaeda, solicitou na semana passada às organizações humanitárias "muçulmanas e não muçulmanas" que emprestem assistência às vítimas da seca na Somália, a mais grave dos últimos 60 anos.

O pedido surgiu um ano após este mesmo grupo ter impedido o trabalho das organizações humanitárias no sul da Somália mediante a imposição de "contribuições", ameaças de morte e a proibição de contratar a mulheres.

O CICV indicou que, para enfrentar a nova crise na Somália, aumentará sua presença no sul com 10 novos centros de alimentação nas localidades de Bankool e Gedo e o corredor de Afgoy, que se somarão aos 18 que já tem no país e a 39 clínicas.

Além disso, aumentarão as equipes móveis compostas por enfermeiras e nutricionistas que viajam às regiões rurais mais prejudicadas pela crise de fome e se acrescentará um programa suplementar de alimentação para os grupos mais vulneráveis, como são os menores de cinco anos e as grávidas.

O Programa Mundial de Alimentos informou nesta quarta-feira em comunicado que está estudando, junto com o Coordenador Humanitário da ONU, a possibilidade de retornar ao sul da Somália "se as condições permitirem e se a ONU outorga a autorização de segurança necessária para trabalhar ali".

Esta agência humanitária destacou que, embora abandonasse o sul da Somália, no início do ano passado, seguiu operando na capital, Mogadíscio, e no norte e centro do país, onde emprestaram assistência alimentícia a 1,5 milhão de pessoas.

EFE   
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