Guia de sobrevivência em viagens Guia de sobrevivência em viagens O turismo é responsável por um de 11 empregos no mundo e responde por 9% do PIB global, de acordo com o Panorama do Turismo Internacional 2014, relatório divulgado pela Organização Mundial do Turismo (OMT). Tamanha importância do turismo na economia mundial se reflete, é claro, em um mercado bem estruturado. Não é difícil encontrarmos informações e ofertas sobre destinos, roteiros, passagens e hospedagem. Apesar de estar mais fácil viajar hoje, a precaução e planejamento continuam fundamentais. Para facilitar a sua tarefa, reunimos aqui uma série de dicas para você, turista de primeira viagem ou experiente, não passar aperto e aproveitar sem preocupações as suas férias. Documentação Quando você decide viajar, a primeira coisa a fazer é escolher o destino. Mas antes de começar esse planejamento, o fundamental é verificar se a sua documentação está em dia. Caso a viagem planejada seja para o exterior, na maioria das vezes, você precisará de passaporte. Não tem? Acesse o site da Polícia Federal (https://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/requerer-passaporte/requerer-passaporte ) e veja como proceder. Lá você encontra todas as informações necessárias, como a documentação exigida e os postos de atendimento mais próximos. Muitos locais exigem um agendamento prévio para encaminhar essa documentação. Então é possível que, até você ter o passaporte em mão, demore mais de um mês. Se você não dispõe desse tempo até a viagem, não tem problema. Além de o Brasil oferecer destinos fantásticos, para conhecer os demais países da América do Sul, exceto as Guianas e o Suriname, os brasileiros precisam apenas do RG (atenção: CNH, a Carteira Nacional de Habilitação, não vale). Ou seja, você pode entrar na Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela apenas com a carteira de identidade. Mas ela precisa estar em bom estado e com uma foto relativamente atual. A história de que ela precisa ter sido emitida há menos de dez anos não é verdadeira, pois o documento não tem vencimento. O que acontece é que o funcionário da imigração pode não o aceitar se achar que a foto do documento não condiz com a sua face. Visto Resolvida a questão do documento, é preciso se informar se o destino que você pretende visitar exige visto de entrada. Em caso positivo, descubra com a embaixada ou consulado desse país como proceder. Para visitar os Estados Unidos, por exemplo, você precisa agendar o atendimento (https://ceac.state.gov/genniv/ ) em um consulado, pagar uma taxa, fazer uma entrevista e entregar a documentação. O visto pode ser concedido ou negado. Países como China, Japão, Índia e Austrália também exigem autorização prévia. Na maior parte da Europa, no espaço Schengen – acordo entre países para permitir o trânsito livre de cidadãos - você não precisa se preocupar com o visto antes da viagem. Chegando ao país, terá uma autorização para ficar até 90 dias. Alguns países do Leste Europeu e o Reino Unido têm regras diferentes, portanto visite o site da embaixada do país de preferência e tire todas as dúvidas que tiver. Outra dica é prestar sempre atenção à validade do passaporte. Países signatários do Acordo de Schengen, como França e Itália, exigem três meses de validade mínima do documento. Se o plano do turista for de uma viagem de três meses pela Europa, por exemplo, ele tem que ter seis meses de validade de passaporte ao entrar no primeiro país da zona de schengen. Caso o passaporte tenha 1 mês de validade, poderá ter a entrada barrada em qualquer um desses países. Crianças Vai viajar com um menor de idade? Ele também precisa ter um passaporte para viagens internacionais. Confira no site da Polícia Federal (https://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/documentacao-necessaria/documentacao-para-passaporte-comum/documentacao-para-menores-de-18-anos ) qual o procedimento para a emissão nesses casos. Quando o menor não está viajando na companhia dos pais - apenas com um deles - é necessário que o outro autorize. Se a criança ou adolescente viaja desacompanhada ou na companhia de um maior de idade, é necessária a autorização de ambos os genitores com firma reconhecida em cartório. O detalhamento está na Resolução 131/2011 do CNJ (https://www.cnj.jus.br/images/resolucoes/resolucao_gp_131_2011.pdf ) A novidade é que a autorização de um dos pais para que o menor viaje com o outro pode, após uma alteração no Sistema Nacional de Passaporte (Sinpa) da Política Federal, ser impressa no próprio passaporte. Ou seja, nesse caso específico, não é mais necessário ir a um cartório a cada viagem. Cópias De posse de toda a documentação necessária, tire cópia de tudo. No caso do passaporte, procure registrar essa cópia em cartório. Guarde-as, ao viajar, em um local diferente do destinado aos documentos originais. Isso vai facilitar muito a sua vida caso algum deles seja extraviado. Quando viajar Entre os inúmeros fatores que ajudarão você a decidir qual será o destino das próximas férias, a época do ano é um dos mais importantes. Se você tem flexibilidade para escolher o mês em que vai viajar, vale a pena pensar bem no melhor período para visitar o destino desejado. Mas no caso de não haver a possibilidade de escolha, isso já serve de filtro para decidir o lugar. A maioria dos destinos tem a alta e a baixa temporada. Na alta, os lugares estão mais lotados e, devido à lei da oferta e procura, os hotéis e passagens são mais caros. Na baixa, o contrário: mais sossego e preços mais em conta. O problema é que, muitas vezes, é o clima que define quando começa uma e quando inicia a outra. Não vale a pena, por exemplo, visitar aquela praia maravilhosa se a época for de chuvas ou frio. Pesquise bem, portanto, as condições climáticas do seu destino preferido ao longo do ano. O ideal é encontrar uma época com equilíbrio entre a sua disponibilidade e a situação de preços, muvuca e clima do local. Portanto, antes de aproveitar uma promoção relâmpago no impulso, pesquise um pouco mais. Um descuido aqui poderá estragar a sua viagem, acredite. Outra dica: fique atento aos principais eventos que acontecem anualmente na cidade que você pretende visitar. Conhecer Munique, por exemplo, enquanto está acontecendo a Oktoberfest, é um grande diferencial. Roteiro O número de dias que você reservou para aproveitar as suas férias vai influenciar diretamente no roteiro. É nesse planejamento que muitos turistas - até os mais experientes - costumam cometer erros. A dica, aqui, é não tentar abraçar o mundo em um tempo exíguo, caso contrário não conseguirá aproveitar da melhor maneira cada local e, ao invés de descansar, vai se sentir esgotado. Se a sua viagem é para a Europa, por exemplo, você verá tudo tão próximo no mapa e ficará tentado a visitar o maior número de países possível de uma só vez. Não caia nessa. Muitas cidades europeias exigem uma boa quantidade de dias para serem aproveitadas de verdade. Não se desespere se, mesmo deixando essa folga no roteiro, você não conseguirá visitar tudo. Há sempre a possibilidade de voltar. Em uma viagem que inclui diferentes destinos, não desconsidere os deslocamentos. Por exemplo, se você tiver de pegar um ônibus de seis horas entre uma cidade e outra, não planeje passeios para as horas restantes desse dia. Lembre-se de que você perderá tempo arrumando e desarrumando malas e locomovendo-se até o hotel. Mas caso o trajeto percorrido não tenha paisagens deslumbrantes e você não tenha dificuldade para dormir no ônibus, cogite comprar uma passagem noturna para ganhar tempo. Acomodação Cidades acostumadas a receber turistas geralmente oferecem uma variedade enorme de opções de acomodação, desde hospedarias e albergues até luxuosos hotéis. Sua escolha vai depender não apenas da sua exigência de conforto e situação financeira, mas também da localização do estabelecimento. A dica aqui é definir a sua exigência mínima em termos de conforto e o máximo que pretende pagar, e então decidir pelo estabelecimento mais bem localizado. Em muitos casos não vale a pena conseguir uma pechincha em um ótimo lugar se ele fica longe de tudo. Considere as distâncias para as principais atrações turísticas e para linhas de ônibus, metrô e trem que você pretende utilizar. Se for ficar um período mais longo, experimente alugar uma casa ou apartamento pelo Airbnb (https://www.airbnb.com.br/ ). Para quem tem o orçamento extremamente apertado, a dica é o couchsurfing (https://www.couchsurfing.com/ ), hospedando-se gratuitamente na casa de algum dos membros dessa rede social. Muito cuidado, porém, ao procurar opções alternativas de hospedagem. No caso do aluguel de apartamentos, você deve se informar muito bem sobre a empresa antes de fechar qualquer negócio e realizar qualquer pagamento. Orçamento A não ser que você tenha dinheiro sobrando, um dos pontos de maior atenção no planejamento da sua viagem é o orçamento. Ele nunca vai ser dissociado do roteiro. Todos os destinos e passeios imaginados precisarão de respaldo financeiro. Portanto, só confirme as suas férias com a certeza de que conseguirá pagar tudo. A primeira dica é nunca deixar de dar uma olhada em sites de companhias aéreas e agências de viagens. Promoções podem surgir a qualquer momento, geralmente com venda limitada. No serviço Skyscanner (https://www.skyscanner.com.br/ ), além de pesquisar o melhor preço entre voos de várias companhias, é possível se cadastrar e ser informado, por e-mail, sempre que há redução no preço da passagem desejada. Não pare por aí. Você até pode conseguir um bom preço em passagem e hotel, mas isso é apenas parte dos gastos. Procure o máximo de informações sobre valores de refeições, transporte e passeios turísticos, principalmente. E, claro, não esqueça de calcular a cotação da moeda. No site Expatisan (https://www.expatistan.com/ ) você consegue comparar o custo de vida da cidade onde você vive com outras do mundo inteiro, para ter uma ideia. Dinheiro Pague hotel, passagens e outros pacotes turísticos que exigem reserva antecipada pela internet com um cartão de crédito internacional, antes mesmo de viajar. Ele também pode ser utilizado se, durante a viagem, você sentir que o dinheiro que levou não será o suficiente. Basta ligar para o seu banco e especificar o tempo que ficará em cada país. Lembre-se, porém, da taxa de 6,38% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compras com cartão no exterior. Calcule quanto você pretende gastar no destino, acresente um pouco mais, por segurança, e leve uma parte em espécie e outra em um Travel Money. Trata-se de um cartão pré-pago que permite ao usuário sacar dinheiro em caixas eletrônicos no mundo todo. Ainda é possível utilizá-lo como cartão de débito em lojas e restaurantes. Esse serviço é oferecido por agências de viagem e alguns bancos. Sobre o dinheiro em espécie, leve um pouco em reais, para gastos no aeroporto, e o resto na moeda local. Pesquise bem entre as casas de câmbio para obter a melhor cotação. Se o estabelecimento não tiver a moeda do país a ser visitado, compre dólares e troque o dinheiro ao chegar lá. Mas troque somente um pouco no aeroporto, caso precise, pois as casas de câmbio costumam ser mais caras por lá. Comunicação Quando alguém viaja, geralmente familiares e amigos que ficam aguardam notícias para saber se tudo está bem. Como você vai se comunicar com eles? Hoje em dia é muito fácil, pois, a não ser que você esteja em um lugar muito remoto, onde apenas uma comunicação via satélite funcione, haverá muitos estabelecimentos com rede wifi disponível para conectar seu computador, celular ou tablet. Os próprios hotéis costumam disponibilizar a internet para seus hóspedes gratuitamente. Esse é outro fator importante ao decidir sua acomodação. Caso isso não seja suficiente e você queira fazer ligações e estar conectado à internet o tempo todo, consulte a sua operadora sobre pacotes para viagens ao exterior. Seja como for, sempre combine com seus familiares qual será a forma e a frequência de contato, para que eles não fiquem preocupados à toa. Muitas empresas de telefonia celular de outros países oferecem cartões pré-pagos com valor bastante acessível em comparação com o Brasil. Essa é uma opção para quem fará uma viagem de média e longa duração ou não queira ficar desconectado em nenhum momento. Seguro Nas férias, viajamos sempre para diversão e descanso. Mas imprevistos acontecem, seja por acidentes ou doenças. Pense nessa possibilidade e não embarque sem um seguro. Alguns cartões de crédito internacionais oferecem proteção em caso de acidente, roubo, danos físicos, atraso de voo e outras situações. Informe-se sobre os serviços do seu. É possível, também, pagar por outro serviço pelo tempo em que ficará fora. Não escolha apenas pelo preço. Considere a área de cobertura e todas as situações para as quais oferece proteção. Além de seguradoras, também é possível contratar o seguro direto com agências de viagem. Para os países signatários do Acordo de Schengen, o seguro de viagem é obrigatório. Entre eles, estão França, Itália, Espanha, Alemanha e muitos outros dos destinos mais procurados na Europa. Dos mais populares no velho continente, o Reino Unido é o único que não exige o seguro. Além do número do telefone indicado pelo serviço de seguro que você vai contratar, informe-se sobre os serviços de emergência da própria localidade. Tenha sempre à mão o contato e endereço da embaixada brasileira (https://www.portalconsular.mre.gov.br/ ), para casos emergenciais. Alimentação Intoxicação alimentar é um problema comum em turistas, principalmente em destinos exóticos. Toda a comida, por mais cuidado e asseio que o cozinheiro tenha, é repleta de micro-organismos. Por isso, quando algo não cai bem em uma viagem, isso não quer dizer, necessariamente, que a comida estava suja, e sim que nosso sistema imunológico não está adaptado às bactérias dessa localidade. Mas é claro que, quando o lugar onde a comida foi preparada não atende aos mínimos cuidados de higiene, as chances de você passar mal aumentam. Seja como for, esteja preparado e leve consigo remédios (por precaução, carregue a prescrição médica, se for o caso) que você já conhece para que um eventual desarranjo estomacal não estrague seu passeio. Caso a crise seja muito aguda, entre em contato com os números indicados no seguro e procure atendimento médico. Atrasos Pronto. Você fez o planejamento perfeito e já sabe exatamente como agir caso aconteça um imprevisto. Mas, na hora de embarcar, o voo atrasa. O que fazer? As companhias aéreas são obrigadas a prestar assistência material aos passageiros quando há atraso, cancelamento de voo ou se você for preterido na hora de embarcar. Fique atento aos seus direitos e, se algum não for cumprido, ligue para o 0800 725 4445 e reclame com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que fiscaliza as empresas. Se o atraso passa de uma hora, a companhia deve disponibilizar telefone e internet gratuitamente ao passageiro. Depois de duas horas, o cliente tem direito à alimentação, seja com voucher ou disponibilização de lanches e bebidas. A partir de quatro horas de atraso, a empresa deve disponibilizar acomodação e transporte até o local de hospedagem. O passageiro poderá pedir o reembolso da passagem, remarcar o voo para outra data ou embarcar no voo seguinte da mesma empresa. Se o cliente estiver no aeroporto de destino e perder uma conexão devido ao atraso, pode ter reembolso integral e voltar ao local de origem sem custos. Caso o voo tenha sido cancelado, valem os mesmos direitos: opção de reembolso, remarcação de voo para outra data ou embarque no seguinte, da mesma companhia, com a assistência material correspondente à espera. Já em caso de overbooking, a companhia geralmente procura, entre a lista de passageiros, por voluntários que aceitam embarcar em um outro voo em troca de compensações como dinheiro, milhas, bilhetes extras ou diárias em hotéis, por exemplo. Se mesmo assim algum passageiro ficar sem lugar, terá os mesmos direitos de quem teve seu voo cancelado. mais especiais de notícias