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Rússia veta resolução da ONU para reconhecer genocídio de Srebrenica

8 jul 2015 - 17h53
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Proposta foi apresentada pelo Reino Unido às vésperas do 20º aniversário do massacre que deixou cerca de 8 mil muçulmanos mortos na cidade bósnia.

A Rússia vetou nesta quarta-feira (08/07) no Conselho de Segurança da ONU o projeto de resolução para reconhecer como genocídio o massacre de muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica, ocorrido entre 11 e 13 de julho de 1995.

A resolução apresentada pelo Reino Unido e apoiada por vários países, inclusive os Estados Unidos, recebeu 10 votos a favor e quatro abstenções, incluindo a da China, aliada tradicional de Moscou no Conselho.

Antes da votação, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, considerou o texto um "documento destrutivo", que não contribuía para a reconciliação. Além disso, Churkin argumentou que a proposta era injusta por relacionar apenas os sérvios bósnios com crimes de guerra durante o conflito.

A proposta apresentada para votação condenava o "genocídio de Srebrenica" e pedia que os membros da ONU prevenissem e combatessem esse tipo crime no futuro. A resolução dizia ainda que a "aceitação dos trágicos acontecimentos de Srebrenica como genocídio é um pré-requisito para a reconciliação".

A Sérvia apelou para Moscou para que resolução fosse vetada. Após a votação, o presidente sérvio, Tomislav Nikolic, afirmou que foi um grande dia para o país. "A Rússia mostrou e provou que tem sido uma amiga honesta e verdadeira", declarou.

A resolução foi apresentada no aniversário de 20 anos do massacre. O enclave de Srebrenica havia sido declarado área de proteção das Nações Unidas em 1993, atraindo milhares de bósnios muçulmanos em busca de refúgio. Em julho de 1995, sérvios bósnios, sob o comando do general Ratko Mladic, atacaram a região, matando quase 8 mil dos homens e jovens muçulmanos. A maioria dos que conseguiram escapar chegou ao território sob controle muçulmano cinco dias após a partida.

Os restos mortais de mais de 6 mil vítimas de Srebrenica foram encontrados numa série de valas coletivas, identificados e enterrados novamente. O massacre aconteceu meses antes do fim da Guerra da Bósnia, que deixou cerca de 100 mil mortos entre 1992 e 1995.

CN/dpa/lusa

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