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Réus do 11-9 se negam a falar em comissão militar de Guantánamo

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Khalid Sheikh Mohamed e outros quatro acusados de participar dos atentados de 11 de setembro de 2001 se negaram neste sábado a responder as perguntas do juiz da comissão militar de Guantánamo que pode condená-los à morte, segundo os defensores, em protesto pelo tratamento que recebem na prisão. Sheikh Mohammed, suposto cérebro dos ataques, e os outros quatro processados começaram a rezar durante a audiência e o único que alçou a voz foi Ramzi bin al Shibh, que gritou para acusar os responsáveis da base de querer matá-los.

Com a voz nervosa, Al Shibh rompeu seu silêncio para dizer: "Talvez nos matem e digam que cometemos suicídio", antes que o juiz da comissão militar, James Pohl, chamasse sua atenção. Pohl começou a perder a paciência quando Sheikh Mohammed decidiu rejeitar os fones de ouvido para escutar a tradução simultânea e por isso teve que ligar os megafones, um processo mais lento e problemático.

O juiz decidiu ler os direitos à defesa proporcionados pelo governo americano, mas os acusados se mantiveram ausentes, lendo ou rezando com o Corão na mão. O advogado civil de Sheikh Mohammed, David Nevin, assegurou que a escolha de não falar é uma forma de protestar pelo tratamento em Guantánamo.

Nevin reiterou em várias ocasiões que, devido às torturas às quais seu cliente se viu submetido durante os três anos que passou em prisões clandestinas - em aparente alusão à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) - e pelo tratamento recebido em Guantánamo, seu trabalho está infestado de impedimentos. Sheikh Mohammed, um dos prisioneiros mais importantes de Guantánamo, tirou um turbante no meio da sessão e começou a colocá-lo enquanto estava sentado na primeira fila exibindo uma espessa e longa barba.

A primeira sessão do dia de hoje deve assentar as bases para o início do julgamento contra Sheikh Mohammed e seus quatro cúmplices. Os cinco detentos chegaram separadamente à sala do tribunal e foram rodeados por três guardas cada um para que não falassem, mas em várias ocasiões trocaram impressões.

Bin Attash, ex-guarda-costas de Osama bin Laden, chegou amarrado em uma cadeira de rodas, aparentemente por problemas de comportamento antes de entrar no tribunal, mas, a pedido da defesa, foi solto logo em seguida.

A audiência ficou em recesso pouco depois do meio-dia durante 20 minutos para que os detentos pudessem realizar suas orações.

EFE   
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