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Apple consolida novo líder, quebra recordes e enfrenta fracasso

Retrospectiva: os rumos da Apple no primeiro ano sem Jobs

22 dez 2012 - 17h45
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Em seu primeiro ano completo como CEO da Apple, Tim Cook presidiu os lançamentos do iPad Mini, da mais nova versão do iPad, do iPhone 5 e do MacBook Pro com tela de retina, entre muitos outros produtos - cada um uma prova de que, até mesmo na era pós-Steve Jobs, a empresa ainda é responsável por criar alguns dos gadgets mais atraentes da indústria tecnológica. Cook também mostrou repetidas vezes que não está apenas seguindo o caminho iniciado por Jobs. Ele se desculpou pessoalmente pelo problemático novo aplicativo de mapas do iOS 6 e anunciou a saída de executivos de longa data - em uma mudança estrutural recebida com surpresa. E, apesar de os resultados trimestrais da companhia terem ficado abaixo das expectativas de analistas nos últimos meses, a Apple ainda é a companhia mais valiosa de todos os tempos, quebrando com frequência seus próprios recordes de receita e lucro.

Apple teve ano marcado por sucessos, fracassos, disputa por patentes e novidades na administração
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Foto: AFP

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A Apple enfrentou questionamentos quanto à possível ausência de uma liderança visionária após a morte de seu cofundador e presidente Steve Jobs, vítima de um tipo raro de câncer de pâncreas. Cook assumiu o cargo de CEO da Apple definitivamente em agosto de 2011, quando Steve Jobs renunciou ao cargo para cuidar da saúde. Ao se completar um ano de sua morte, o site da empresa prestou uma homenagem a ele, relembrando alguns dos principais lançamentos e ideias do criador da marca. "Nenhuma companhia jamais inspirou tanta criatividade, ou estabeleceu tantos padrões sozinha. Nossos valores, originários de Steve e seu espírito, serão para sempre o fundamento da Apple. Nós compartilhamos o grande privilégio e responsabilidade de levar o seu legado para o futuro", escreveu Cook em uma mensagem na ocasião. É o que tem sido feito, como os últimos lançamentos da companhia podem atestar.

Com lançamentos de um mini tablet, além de novas gerações do iPhone, do iPad e dos computadores Mac, a Apple continua inovando e obtendo recordes de vendas. O estoque do iPad mini se esgotou rapidamente; o novo iMac ultrafino surpreendeu; o iTunes ganhou interface renovada. Nem tudo foram flores, porém - e um anúncio, em especial, gerou muitas complicações para a Apple.

O drama dos mapas
A nova versão do sistema operacional móvel da Apple, o iOS 6, foi lançada em setembro, dois dias antes do início da venda do iPhone 5 nos Estados Unidos. Marcando o rompimento da aliança com o Google - onipresente em edições anteriores do iOS -, a atualização foi alvo de muitas críticas. Usuários se mostraram descontentes principalmente com o aplicativo de mapas que substitui o Google Maps - até então integrado ao iPhone e iPad - e postaram imagens satirizando o "show de horrores" da novidade.

O fracasso do novo sistema operacional móvel resultou em uma atitude inédita: um pedido de desculpas por parte da Apple, assinado pelo diretor executivo Tim Cook. Em carta dirigida aos clientes, Tim Cook sugeriu que os usuários baixem outros serviços se estiverem insatisfeitos - e chegou até a recomendar produtos da concorrência, como o Bing, MapQuest, Nokia Maps e Waze. No texto, ele afirma que a Apple sempre se esforçou por fazer produtos de classe mundial e, com o lançamento dos mapas, ficou abaixo desse compromisso. O fracasso dos mapas motivou mudanças profundas na estrutura interna da empresa.

Demissões importantes
Após problemas com o novo programa de mapeamento da companhia e resultados trimestrais decepcionantes, o presidente-executivo da Apple anunciou em outubro a saída dos chefes das unidades de software e varejo na maior reorganização executiva em uma década. O chefe de software, Scott Forstall, um dos arquitetos originais do sistema operacional Mac e chefe do software do smartphone da companhia, deixará a empresa no próximo ano e até lá irá trabalhar como consultor para Cook. Sua demissão teria sido motivada pela recusa do executivo em assinar uma carta se desculpando com os consumidores pelos problemas recentes na área de software.

A Apple também busca um novo chefe de varejo para substituir John Browett, então responsável pela Apple Store, que irritou muitos funcionários - e até a alta cúpula da empresa - quando decidiu reduzir o número de empregados do setor. Ele foi demitido depois de apenas seis meses no cargo. Essas decisões foram tomadas em meio a financeiros decepcionantes pelo segundo trimestre consecutivo e vendas do iPad aquém das metas de Wall Street. A reestruturação fez também com que ressurgissem rumores sobre conflitos internos e incerteza quanto à capacidade da empresa de corresponder à expectativa de liderança na próxima revolução no setor de produtos eletrônicos, além de gerar inquietação sobre o futuro da empresa.

Guerra de patentes
O ano da Apple também foi marcado por manobras legais envolvendo bilhões de dólares em disputa com outras empresas de tecnologia. A Apple e a Samsung, as duas maiores fabricantes mundiais de bens eletrônicos de consumo, travam uma guerra judicial em todo o mundo, acusando uma à outra de violações de patentes. E a empresa norte-americana obteve uma vitória decisiva durante um longo julgamento realizado em San Jose, na Califórnia, em agosto.

Nove jurados decidiram que a Samsung deveria pagar US$ 1.049.343.540,00 (US$ 1,05 bilhão) à Apple por infração de patentes, e a Apple nada deve à Samsung. A Samsung foi considerada culpada por ter infringido, intencionalmente, cinco de sete patentes da Apple, incluindo a tecnologia de zoom táctil própria dos smartphones e do tablet iPad. Mas a corte também decidiu que os tablets da Samsung não copiaram o design da Apple. Desde então, a companhia sul-coreana segue colocando obstáculos no caminho da Apple e tem mantido firme a guerra por patentes - que envolve ainda empresas como Google e HTC, além de um relógio.

Futuro
Uma análise das patentes registradas pela Apple indica que tipos de produtos a empresa pretende lançar em breve. O Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos aprovou uma série de patentes registradas nos últimos meses; entre elas, estão uma alternativa para a tecnologia de comunicação por campo próximo (NFC, na sigla em inglês), uma patente para serviços de localização e uma série de outras para câmera.

As próximas gerações de iPhones e iPads devem contar com displays flexíveis, além de monitores com sistemas embutidos de som surround. Ainda foram registradas novas patentes sobre um sistema de feedback tátil que responde com vibrações, força ou outros tipos de movimento ao toque do usuário; um tipo de bateria maleável e um computador desktop pequeno construído como uma única "peça".

A corrida pelo direito exclusivo do uso de algumas tecnologias - como o metal líquido, por exemplo - faz parte dos objetivos dessa "nova Apple", mas tamanha preocupação com o registro de patentes, e a subsequente disputa por elas, incomoda a muitos, como o Google e, inclusive, o cofundador da Apple Steve Wozniak. "Eu gostaria que todos concordassem em trocar todas as patentes e que todos pudessem construir as melhores formas de usar a tecnologia de todo mundo", declarou ele.

Fonte: Terra
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