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Reino Unido tem que atacar EI na Síria, exige David Cameron

26 nov 2015 - 16h53
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Em sessão parlamentar, premiê britânico volta a defender intervenção da Força Aérea britânica contra posições jihadistas. Mais uma vez, porém, maioria conservadora pode não ser suficiente para aprovar ataques na Síria.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, defendeu nesta quinta-feira (26/11) que o Reino Unido realize ofensivas aéreas contra a organização extremista "Estado Islâmico" (EI). Em discurso na Câmara dos Comuns, em Londres, ele afirmou que o EI estaria se aproveitando dos redutos seguros no norte da Síria para preparar atentados contra o Reino Unido.

"Temos de tomar uma decisão agora quanto aos ataques aéreos na Síria", instou Cameron, acrescentando que seria errado "o Reino Unido subcontratar sua segurança a outros países". O premiê britânico lembrou os parlamentares que todos os sete atentados frustrados no Reino Unido neste ano foram organizados pelo EI ou inspirados por sua propaganda jihadista.

Antes o discurso, Cameron publicou sua declaração ao Comitê Seleto de Assuntos Exteriores: "Quanto mais é permitido que o EI cresça na Síria, maior é a ameaça que representará. É errado o Reino Unido subcontratar sua segurança a outros países e esperar que as Forças Aéreas de outras nações arquem com as cargas e riscos de bombardear o EI na Síria, a fim de dar fim ao terrorismo aqui na Grã-Bretanha."

Disputa política no Parlamento

A questão tem se provado um grande desafio político para Cameron. Ele lidera uma pequena maioria conservadora na Câmara dos Comuns e terá de convencer um número significativo de parlamentares de outros partidos para compensar eventuais dissidências nas próprias alas. Prevê-se que cerca de 15 conservadores votarão contra os ataques aéreos britânicos.

Do outro lado da disputa está o líder trabalhista Jeremy Corbyn, pacifista que se opõe à intervenção militar, mas que está pressionado a permitir que seus deputados votem livremente. Caso Corbyn decida impor sua linha anti-intervenção, é possível que haja certos líderes partidários renunciem.

No início desta semana, o chefe de governo britânico já anunciara a intenção de defender, perante o parlamento, o início da participação do Reino Unido nos bombardeios internacionais contra as posições do "Estado Islâmico" na Síria.

"O grupo jihadista não é um problema remoto, a milhares de quilômetros", mas sim "tirou a vida a reféns britânicos e perpetrou nas praias de Túnis o pior ataque terrorista contra cidadãos do Reino Unido desde os atentados de Londres em 2005".

"Vou seguir defendendo a necessidade de nos unirmos a nossos aliados internacionais para perseguir o 'Estado Islâmico' em seus próprios quartéis-generais na Síria, e não apenas no Iraque", disse Cameron, após seu regresso de Paris, onde em 13 de novembro uma série de ataques terroristas coordenados provocou a morte de 130 pessoas.

Em 2013, o Parlamento britânico negou ao primeiro-ministro a autorização para atacar o regime sírio do presidente do país, Bashar al-Assad. E desde setembro de 2014, o Reino Unido tem-se limitado a colaborar com os bombardeios internacionais contra o EI no Iraque.

PV/lusa/dw

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