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Queda recorde de crescimento ameaça corais da Austrália

2 jan 2009 - 03h47
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O crescimento da grande barreira de corais da Austrália, uma das maiores riqueza biológicas do mundo, caiu 14% nos últimos 19 anos, e, por isso, sua sobrevivência está em perigo, segundo um estudo do Instituto Australiano de Ciências Marinhas publicado hoje.

O instituto destacou que a queda sem precedentes do crescimento dos corais na famosa barreira situada no litoral leste da Austrália, no estado de Queensland, é causada pelo aquecimento da água dos mares e pelo aumento da acidez derivada da alta de dióxido de carbono na atmosfera.

"Durante 400 anos, o crescimento dos corais foi estável, houve pequenas quedas, enquanto agora estamos experimentando uma queda constante", apontou Glenn Death, especialista do instituto, em comunicado.

Segundo o cientista australiano, a situação na barreira começou a variar em 1990, quando se detectou uma queda do crescimento de 0,3% e uma menor calcificação nos corais.

"Se continuar essa mesma tendência os corais da barreira deixarão de crescer em 2050", apontou o especialista em seu relatório.

Para a co-autora do estudo, Janice Lough, "é muito preocupante que essas mudanças sejam já tão evidentes, com as alterações climáticas relativamente modestas observadas até o momento.

Death explicou que o processo através do qual o oceano absorve dióxido de carbono faz com que aumentem os níveis de acidez na água do mar, e esta maior acidez freia a calcificação dos corais, indispensável para que cresçam.

"Os esqueletos dos corais são o núcleo dos ecossistemas de recifes. Sua grande complexidade oferece um habitat para milhares de espécies de plantas e animais associadas com o recife", acrescenta o estudo científico.

Vários testes feitos anteriormente em laboratório serviram para se saber que a calcificação se reduziria devido ao aumento da acidez, mas o novo estudo é o primeiro a demonstrar que a falta de calcificação dos corais da barreira já é um fato.

Para realizar o estudo, foram analisadas também estatísticas sobre o crescimento anual dos corais de 69 recifes de toda a barreira durante os últimos 400 anos.

EFE   
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