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Quatro futuros legados dos Jogos de 2016

4 ago 2015 - 17h26
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Nova linha de metrô, ligando a Barra a Ipanema, corredores de ônibus rápidos, veículo leve sobre trilhos e revitalização da região portuária estão entre os ganhos dos cariocas com as Olimpíadas.

"Os Jogos Olímpicos devem servir à cidade, e não se servir da cidade." A máxima – do então prefeito de Barcelona, Pasqual Maragall, quando a cidade catalã recebeu os Jogos Olímpicos de 1992 – tenta ser seguida pelo Rio de Janeiro. O município passa por uma transformação, principalmente, por obras de mobilidade urbana e da revitalização da região portuária.

O legado para a cidade, no valor total de cerca de 24,6 bilhões, inclui a construção de quatro corredores de ônibus (os chamados BRT), totalizando 155 quilômetros; de uma linha de bonde (Veículo Leve sobre Trilhos, VLT) de 28 quilômetros; e o acréscimo de cerca de 16 quilômetros de metrô.

"O Rio de Janeiro está aproveitando muito mais a oportunidade dos Jogos do que o Brasil aproveitou a da Copa", afirma Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie. "A cidade sairá totalmente renovada do evento internacional. Além de melhorar o trânsito, as intervenções oferecem outras maneiras de a população se deslocar pela cidade."

Metrô

A Linha 4 do metrô vai ligar a Barra da Tijuca a Ipanema e vai transportar, a partir de 2016, mais de 300 mil pessoas por dia. A nova ligação deverá tirar das ruas cerca de 2 mil veículos por hora no horário de pico. Serão seis estações: Jardim Ocêanico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz.

Com a nova linha, será possível ir da Barra a Ipanema em 13 minutos e, seguindo com a Linha 1, da Barra ao Centro em 34 minutos. Já foram escavados mais de 12 quilômetros de túneis. A nova linha será inaugurada em junho de 2016 para operação assistida – ou seja, fora do horário de pico e com intervalos maiores no fluxo de trens, para que os últimos ajustes sejam realizados.

Bus Rapid Transport (BRT)

O sistema BRT já possui dois corredores em funcionamento (Transoeste e Transcarioca). Os próximos a serem inaugurados são o Transolímpica, que vai entrar em funcionamento durante os Jogos Olímpicos, e o Transbrasil, em 2017. Os quatro BRTs vão formar uma espécie de espinha dorsal de um projeto em construção para integrar as diferentes opções – trem, metrô e bicicleta.

Em seis anos serão 155 quilômetros de corredores construídos. Juntos, os quatro BRTs, terão uma capacidade estimada para transportar mais de 1 milhão de passageiros por dia. Estima-se que os BRTs reduzam entre 40% e 60% do tempo gasto atualmente nos trajetos. Os corredores custarão 6,4 bilhões de reais (sem contar com a segunda etapa do Transbrasil).

Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

Com 28 quilômetros de extensão, o VLT vai ligar o Centro à Região Portuária e possibilitará a integração direta com trens, barcas, metrô, ônibus, Central do Brasil, Praça XV, Aeroporto Santos Dumont e o Teleférico da Providência. A linha deverá atender cerca de 300 mil passageiros por dia.

O bonde terá a capacidade de transportar 415 passageiros por composição. Em algumas partes do seu traçado, ele será subterrâneo e contribuirá para diminuir a poluição visual. O VLT reduzirá o fluxo de veículos na cidade e terá seis linhas e 56 paradas. Ele será inaugurado em 2016.

Revitalização da região portuária

O projeto Porto Maravilha pretende revitalizar 5 milhões de metros quadrados e 70 quilômetros de ruas na região localizada no Centro, entre as avenidas Presidente Vargas, Rodrigo Alves, Rio Branco e Francisco Bicalho. As obras incluem obras de drenagem, água e esgoto, plantio de árvores, implantação de vias para pedestres, ciclovias, calçadas e a melhoria da iluminação pública.

O projeto contempla, ainda, a construção de 4,8 quilômetros de túneis e de reservatórios, como o da Praça da Bandeira, para evitar as cheias. Com a revitalização, há a expectativa de que a região histórica vire referência para a cidade, abrindo uma nova fronteira de expansão imobiliária, e rivalize até mesmo com a Barra da Tijuca.

"O porto era uma região abandonada e tem vista para o mar. Com a revitalização, ela será muito bem aproveitada por todas as classes econômicas, tanto para moradia quanto para prédios comerciais", afirma Antônio Eulálio Pedrosa Júnior, engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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