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Moradores de Campinas travam 'batalha' com 15 mil ovos

13 dez 2009 - 15h54
(atualizado às 20h19)
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Rose Mary de Souza
Direto de Campinas

Cerca de 100 moradores da cidade de Campinas, distante 90 km de São Paulo, participaram no sábado de uma guerra de ovos. A "batalha" aconteceu na pracinha no final da rua Iris, no jardim Amália. No total, foram usados 15 mil ovos de galinha, sendo brancos, vermelhos, grandes, pequenos, inteiros ou quebrados.

 Cerca de 15 mil ovos de galinha foram atirados na Guerra de Ovos, em Campinas
Cerca de 15 mil ovos de galinha foram atirados na Guerra de Ovos, em Campinas
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

A chamada Guerra de Ovos reúne de um lado o ferramenteiro Nilson Alves Lara, o Malta, 45 anos. Do outro, ficam a equipe do mecânico Ricardo Fernandes Bastassini, o Dinho, 28 anos. "A brincadeira começou em 2006, quando o Dinho e seus amigos quebraram uns ovos na cabeça do Malta dentro do bar do Bily. E no ano seguinte o Malta resolveu revidar, só que na praça, porque o Bily não gostou da sujeirada do ovo dentro do estabelecimento", disse a mãe de Dinho, a comerciante Isabel de Fátima Fernandes Bastassini.

O inusitado encontro reúne homens, crianças e adolescentes. O "combate" tem hora e dia marcados: ao meio-dia do segundo sábado do mês de dezembro. Fogos de artifício anunciam o início da "batalha", que tem como objetivo acertar o maior número de vezes o corpo do "inimigo". Cada "combatente" tem que ser rápido e conseguir atirar um grande volume de ovos nos adversários.

Ao final da "guerra", a promessa era contratar um caminhão de água para lavar as ruas. Um temporal acabou limpando a sujeira. A "tropa" de Malta foi declarada perdedora. "Eu aceito a derrota mas sei que ganhei mais e mais amigos hoje", afirmou Malta.

Segundo Dinho, a compra dos ovos, incluindo os ingredientes para a festa que veio depois, custou um pouco mais de R$ 2 mil. Todos contribuem em dinheiro para pagar ovos, carnes e bebidas. "Para entrar na 'guerra' tem que doar um 1 kg de alimentos que será entregue para uma creche", disse a dona de casa Andressa Wellemsoh, 31 anos.

"Balas perdidas"

Ao redor da até então pacata praça, a torcida composta de mulheres, filhos e curiosos se aperta, grita, vibra e também se esconde das "balas" perdidas. Fica quase difícil sair sem ser "chamuscado" pelos ovos. Calçadas e gramados ficam escorregadios com a mistura de gema e clara. Após a "batalha", todos celebram com churrasco regado a cerveja e refrigerante. Antes, porém, tentam, em vão, tirar o cheiro de ovo impregnado no corpo.

Os participantes tentam se proteger com capas de chuvas, capacetes, máscara cirúrgica, lençóis presos ao corpo e botas de borracha. Porém, a maioria usa camiseta, tênis e calção. "Eu saí de qualquer jeito de casa", disse a estudante Thais Michelle Lourenço Cangane, 22 anos, que, junto com a estudante Débora da Silva, 29 anos, eram as únicas meninas na brincadeira.

"Qual a sensação de levar uma ovada?", perguntou uma mulher ao parar seu carro no meio fio, vendo uma multidão reunida assistindo a outra multidão jogando ovos uns nos outros. "O ovo é pequeno e chega veloz. A gente tenta fugir, mas ele faz uma curva e explode, 'ploft', um monte deles, nos braços, nas costas, na canela. Dói um pouco até, fica vermelho na hora. É pura adrenalina, dona", disse Débora, antes que a mulher fechasse o vidro e acelerasse o veículo, temendo ser alvejada.

Fonte: Especial para Terra
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