PUBLICIDADE

Polícia investiga agressores de jovem que foi à aula de minissaia

9 nov 2009 - 17h22
Compartilhar

A Polícia de São Paulo abriu hoje uma investigação contra o grupo que agrediu moralmente uma universitária por ir à aula com um vestido curtíssimo considerado "provocativo", razão pela qual a jovem foi expulsa da instituição universitária.

A Delegacia da Defesa da Mulher da Polícia Civil informou a abertura do inquérito contra os mais de cem alunos que insultaram com palavras de baixo calão e ameaçaram de agressão à estudante de turismo Geisy Arruda, 20 anos, por considerarem suas roupas indecentes.

Os fatos ganharam notoriedade no Brasil depois que as emissoras de televisão divulgaram os vídeos exibidos gravados em 22 de outubro da jovem deixando a Universidade Bandeirante (Uniban), em São Bernardo do Campo, vizinho a São Paulo, escoltada pela Polícia em meio aos gritos de alunos que a repreendiam e a ameaçavam.

No domingo, a universidade decidiu pela expulsão de Arruda e tornou pública a posição.

A instituição justificou sua decisão pela "flagrante falta de respeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade".

Entre os fatos alegados pela Uniban contra a aluna está o de "ela ter feito um percurso maior do que o habitual pelos corredores do centro para aumentar sua exposição e que inclusive chegou a posar para fotos".

Com isso, a Uniban assegura que "foi constatada uma atitude provocativa" que gerou o que considera "uma reação coletiva de defesa".

Decio Lencioni, assessor jurídico da Uniban, declarou à imprensa que a expulsão não foi motivada pela roupa em si, mas pela atitude e o comportamento da jovem.

No documento, a universidade afirmou que serão "suspensos temporariamente os estudantes que participaram da agressão e que forem devidamente identificados".

Dos mais de cem alunos que participaram do protesto e aparecem no vídeo repreendendo à jovem, cerca de dez foram suspensos.

O Ministério da Educação informou que em breve solicitará explicações à Uniban sobre sua decisão de expulsar Geisy Arruda.

A União Nacional de Estudantes (UNE) divulgou ontem à noite um comunicado repudiando a expulsão de Arruda e exigindo que a universidade "se retrate publicamente e que os agressores sejam julgados e condenados pela justiça".

EFE   
Compartilhar
TAGS
Publicidade