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Polícia Federal faz busca e apreensão em escritório da Presidência e da AGU

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BRASÍLIA, 23 Nov (Reuters) - A Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira documentos no escritório da Presidência da República em São Paulo e na sede da Advocacia-Geral da União (AGU), em Brasília, como parte da Operação Porto Seguro, deflagrada nesta manhã.

Foram indiciadas 18 pessoas, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, acusados de envolvimento em um grupo que obtinha pareceres técnicos fraudulentos que eram vendidos a empresas interessadas, segundo fontes que tiveram acesso à operação.

A presidente Dilma Rousseff foi informada da operação na tarde de quinta-feira pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, segundo uma fonte do governo ouvida pela Reuters que preferiu não se identificar, e deu aval para que as buscas ocorressem.

Também na quinta-feira, ela se reuniu com o titular da AGU, Luís Inácio Adams. Na manhã desta sexta-feira, segundo outra fonte, Dilma voltou a se reunir com Adams, Cardozo e com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

De acordo com outra fonte do governo, Rosemary tentou evitar a entrada dos agentes da Polícia Federal no gabinete da Presidência, no 17o andar do prédio do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, centro de São Paulo.

Ela é ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegou a assessorá-lo em viagens internacionais. No caso de Rosemary e Holanda Alves, a PF investiga as acusações de corrupção ativa e tráfico de influência.

Entre os três detidos na operação está o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, que ocupa o cargo desde 2010. Em nota, a agência afirmou que a busca de documentos ocorreu pela manhã e se restringiu ao gabinete do diretor --que foi detido.

Outros órgãos que sofreram buscas foram o Ministério da Educação, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

A Anac também disse em nota que as buscas foram apenas na sala do diretor de Infraestrutura Aeroportuária, Rubens Carlos Vieira --irmão de Paulo Rodrigues e também detido.

Já a AGU afirmou em nota que a coleta de documentos se restringiu à sala de "apenas um servidor" e que o processo corre em segredo de Justiça. Afirmou ainda que Adams já determinou que a corregedoria do órgão apure o ocorrido.

(Reportagem de Ana Flor e Jeferson Ribeiro, com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

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