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Polícia de Istambul impede Parada do Orgulho Gay com violência

28 jun 2015 - 20h11
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Governador alega que festa coincide com Ramadã. Polícia dispersa manifestantes críticos ao presidente com gás lacrimogêneo e jatos d'água. Turquia ainda é único país da região que admite homossexualismo.

A Parada do Orgulho Gay de Istambul já é uma tradição de anos, normalmente transcorrendo de forma pacífica. Apesar disso, o governador da província, Vasip Sahin, proibiu sua realização neste domingo (28/06), sem aviso prévio.

Sahin justificou a medida alegando que este ano a festa coincidia com o mês de jejum do Ramadã, sagrado para os muçulmanos. Entretanto, esse já fora o caso em 2014, sem que houvesse interferência das autoridades. Apesar da proibição, milhares de gays, lésbicas e simpatizantes desfilaram pela avenida comercial Istiklal Caddesi, reivindicando mais tolerância.

Antes, a polícia interditara o acesso à Praça Taksim, frequente palco de protestos. Segundo testemunhas, os agentes dispersaram com gás lacrimogêneo, jatos d'água e, em alguns casos, balas de borracha os participantes de uma manifestação não violenta, quando esses passaram a acusar o presidente Recep Tayyip Erdogan e seu governo de "fascismo". Pelo menos cinco pessoas foram detidas.

"Estamos aqui e não vamos embora!"

Os organizadores da Pride Week de Istambul, que se encerra com o desfile, comentaram em nota: "A polícia ataca dezenas de milhares de pessoas com spray de pimenta, balas de plástico [sic] e jatos d'água. Nós instamos o governador Vasip Sahin a respeitar a Constituição da República da Turquia, a suspender imediatamente os ataques e a fornecer uma explicação pública." E concluíram: "Nós estamos aqui, vão se acostumando, nós não vamos embora. O amor vence!"

A Turquia é um dos poucos países da região em que o homossexualismo não é proibido. No entanto, alguns setores da sociedade de maioria islâmica são fortemente conservadores.

Com as paradas do Orgulho Gay, homossexuais, bissexuais, transgêneros e simpatizantes de todo o mundo relembram a revolta de 28 de junho de 1969 na Christopher Street de Nova York, celebrado marco do movimento de liberação.

AV/afp/dpa

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