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Países se mobilizam para ajudar o Haiti

Primeiros aviões com ajuda humanitária chegaram a Porto Príncipe.

13 jan 2010 - 23h41
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Vários países e instituições internacionais se mobilizaram para enviar ajuda humanitária e equipes de resgate para as vítimas do terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o sul da capital do Haiti, Porto Príncipe, na tarde da terça-feira.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que será necessária uma grande operação de ajuda para o Haiti.

"Prédios e a infraestrutura foram muito danificados na capital. Serviços básicos como água e eletricidade entraram quase totalmente em colapso. Ainda temos que determinar o número de mortos e feridos, que, tememos, pode chegar a centenas. Instalações médicas estão lotadas de feridos."

"Não há dúvida de que estamos enfrentando uma grande situação de emergência e será necessário um grande esforço de ajuda", afirmou.

A ONU anunciou a liberação de US$ 10 milhões dos fundos de emergência para ajudar o país.

Além da ONU, o Banco Mundial, cujos escritórios no Haiti foram destruídos pelo tremor, planeja enviar uma equipe ao país para avaliar os danos. A instituição ofereceu US$ 100 milhões para ajudar nos esforços de reconstrução.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) liberou US$ 200 mil em um pacote de ajuda de emergência imediata que poderá ser usado para compra de alimentos, água potável, medicamentos e abrigos temporários.

Estados Unidos

O governo americano já anunciou várias medidas de ajuda.

"Meus pensamentos e orações estão com todos os afetados pelo terremoto. Estamos monitorando a situação de perto e prontos para prestar ajuda ao povo do Haiti", afirmou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O Pentágono declarou a partida de um porta-aviões e três navios, incluindo um capaz de transportar até dois mil fuzileiros.

A Guarda Costeira americana afirmou que já "mobilizou navios de guerra e aeronaves para posições próximas ao Haiti, para a assistência humanitária que for necessária".

A Agência Americana para Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) está enviando uma equipe de buscas e resgate de pelo menos 72 pessoas e seis cães.

Comunidades haitianas que vivem nos Estados Unidos - incluindo no sul da Flórida, onde podem viver cerca de 275 mil haitianos - também estão organizando suas doações.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que os Estados Unidos vão "providenciar ajuda humanitária para os civis e militares". Ela e o secretário de Defesa, Robert Gates, cancelaram viagens internacionais para se dedicarem nos esforços para ajudar o Haiti.

Outros países

A União Europeia disponibilizou US$ 4,3 milhões de ajuda e afirmou ter ativado seus mecanismos para gerenciamento de crises.

A França, que tem ligações históricas com o Haiti e cerca de 1,4 mil cidadãos vivendo no país, está enviando dois aviões com equipes de resgate e ajuda humanitária. Um dos aviões partiu de Marselha e outro, da Martinica.

A Espanha anunciou ajuda de US$ 4,3 milhões e o envio de 150 toneladas de ajuda humanitária, além de disponibilizar o uso de sua base no Panamá. A Alemanha ofereceu US$ 2,18 milhões, a Holanda US$ 2,9 milhões e a Itália, US$1,46 mi.

Bélgica, Suécia e Luxemburgo ofereceram equipamentos de purificação de água, tendas, ajuda médica e de resgate de sobreviventes.

Uma equipe da China com especialistas em resgate foi um dos primeiros a chegar a Porto Príncipe, ainda na noite de quarta-feira.

O governo da Grã-Bretanha afirmou que já tem um grupo pronto para ser enviado ao país, com uma equipe de 61 bombeiros se preparando para ajudar nas operações de resgate.

Na América Latina, a Venezuela enviou um avião militar com alimentos, remédios e água potável, além de uma equipe de resgate com 50 pessoas. A aeronave chegou ao aeroporto de Porto Príncipe por volta das 20h (horário local, 23h em Brasília).

Cuba, que também sentiu o terremoto, enviou 30 médicos.

O México, que tem experiência em operações de resgate após terremotos, está enviando uma equipe de médicos e de busca e resgate.

Segundo o correspondente da BBC no aeroporto da capital haitiana, apesar da chegada de alguns aviões com ajuda humanitária, muito mais será preciso.

ONU e Cruz Vermelha

A missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), informou que 150 funcionários continuam desaparecidos depois do desabamento de seu prédio em Porto Príncipe. A ONU já confirmou a morte de 14 de seus funcionários no país.

Além dos 9.065 policiais e soldados no Haiti, a Minustah também conta com 488 funcionários civis internacionais e locais. Vários países que participam da missão de paz, incluindo o Brasil, China e Paquistão, já informaram que vão enviar ajuda.

Agências internacionais de ajuda também tinham escritórios e funcionários no Haiti. Com o tremor, estas agências já começaram a mobilização para ajudar o país.

A Oxfam, por exemplo, afirmou que já tem funcionários prontos, incluindo uma equipe de saúde pública, água e sanitarista, na capital haitiana.

Uma porta-voz da organização também informou que a Oxfam tem suprimentos de emergência à disposição no Panamá, que poderiam ser enviados ao país.

A Cruz Vermelha Internacional afirmou que está liberando fundos de emergência para as vítimas do terremoto. A organização já tem suprimentos no Haiti que podem ajudar cerca de 3 mil famílias durante três ou quatro dias e também está se preparando para enviar mais suprimentos a partir do Panamá.

O grupo humanitário francês Médicos Sem Fronteiras afirmou que muitas pessoas procuraram suas instalações em Porto Príncipe, mas o prédio que ocupava na capital haitiana foi muito danificado pelo tremor. Eles estão enviando mais funcionários para ajudar os que já estão no Haiti.

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