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Países amazônicos buscarão acordo para salvar conferência de Copenhague

25 nov 2009 - 18h07
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Os governantes dos países da Amazônia, exceto Colômbia e Equador, se reunirão nesta quinta-feira em Manaus para debater uma posição conjunta para a Conferência do Clima em dezembro em Copenhague.

Uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro é o centro de uma campanha internacional para conquistar em Copenhague um compromisso de fato e não só de boas intenções quanto à redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Foram convidados a participar da reunião em Manaus os presidentes da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e França, este último por sua condição de "país amazônico", como o chamou Lula, pela Guiana Francesa, situada no norte da América do Sul.

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, e o equatoriano, Rafael Correa, já anunciaram que não irão à reunião.

Conforme informaram hoje fontes oficiais colombianas, Uribe enviou uma carta a Lula explicando as razões de sua ausência, entre estas uma lesão no pé.

Correa está em visita oficial à Bélgica.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, confirmou sua participação à reunião em Manaus, dada à aliança forjada com Lula para evitar o fracasso da reunião de Copenhague pela falta de compromisso de alguns países industrializados, especialmente dos Estados Unidos e China, os maiores contaminadores do planeta.

Lula visitou Sarkozy em meados deste mês em Paris e ambos divulgaram um documento com propostas, como a criação de uma organização internacional dedicada ao ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

Na reunião de amanhã, Lula espera que seus vizinhos sul-americanos e a França possam chegar a um acordo para apresentar "uma mensagem ambiciosa" sobre os temas de maior relevância na região para que a voz amazônica na cúpula na capital dinamarquesa seja "cooperativa e convergente", disse o porta-voz presidencial, Marcelo Baumbach.

"O combate à mudança climática exige um esforço global de redução das emissões (de gases poluentes) que respeite as responsabilidades e condições distintas dos países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, em atenção ao princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas", anotou Baumbach.

Por iniciativa própria, o Governo brasileiro anunciou no início deste mês que pretende reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, apesar do país não estar entre os cinco maiores poluentes do mundo.

Esse objetivo será alcançado basicamente com a redução do desmatamento da Amazônia e das queimadas nas florestas, que são as maiores fontes de emissões de gases poluentes do país.

O Brasil, com o apoio da França, insiste em que os países desenvolvidos devem adotar metas concretas e ambiciosas para lutar contra a mudança climática, porque estes países são os responsáveis por mais de 80% da concentração atual de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Segundo o porta-voz presidencial brasileiro, Lula espera que a partir da reunião de Manaus saia "uma mensagem forte" que expresse os pontos de convergência dos países que compartilham a Amazônia e um "consenso básico" para levar a Copenhague com relação à redução de emissões de gases, financiamento e tecnologia que necessitam as nações em desenvolvimento para lutar contra a mudança climática.

EFE   
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