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Oposição síria afirma que embaixador dos EUA participou de protestos em Hama

8 jul 2011 - 15h06
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Vários grupos opositores sírios anunciaram que o embaixador americano em Damasco, Robert Ford, esteve nesta sexta-feira entre os milhares de manifestantes que participaram de protestos na cidade de Hama.

Na noite de quinta-feira, o Departamento de Estado americano revelou que Ford havia visitado Hama para expressar sua solidariedade com os manifestantes e que tinha a intenção de permanecer na cidade nesta sexta-feira.

No entanto, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, esclareceu em entrevista coletiva que Ford estava ali por sua conta e que não se tratava de uma viagem organizada pelo Governo sírio.

Além disso, a americana explicou que a delegação diplomática de seu país em Damasco informou às autoridades sírias sobre a visita do embaixador, que expressou o "profundo respaldo" dos Estados Unidos ao "direito do povo sírio de se reunir pacificamente".

Por outro lado, a assessora da Presidência síria, Buzaina Shaaban, afirmou que existe "um grande ressentimento" no povo sírio pelas declarações do Departamento de Estado americano sobre a presença do embaixador em Hama.

"O embaixador dos EUA não pediu permissão para visitar Hama. Nunca um embaixador visitou sem permissão uma cidade com um problema como no caso de Hama", declarou em entrevista concedida nesta sexta-feira à rede de televisão "BBC" em árabe.

A conselheira presidencial acusou Ford de tentar impedir uma solução ao conflito em Hama, porque, segundo ela, chegou em um momento no qual as autoridades preparam reuniões com os moradores, imames de mesquitas e responsáveis políticos para buscar uma saída pacífica ao problema.

Buzaina também questionou o motivo de Washington não ter expressado seu apoio ao diálogo que resultou do caminho "democrático e de reformas" na Síria.

"Existem suficientes membros da oposição nacional de todos os espectros que participarão, mas não ouvimos uma só palavra do Ocidente que promova o diálogo entre o povo sírio", lamentou.

Na última semana, os protestos em Hama sofreram violenta repressão por parte do Exército e das forças de segurança sírias que tiraram a vida de dezenas de pessoas.

A Síria é desde o mês passado palco de revoltas populares que terminaram com a morte de 1.401 civis e de 348 militares e policiais, segundo apuração do opositor Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

EFE   
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