ONU cita "guerra civil" e diz que conflito na Síria deixou 4 mil mortos
O número de mortos em ações de repressão às manifestações antigovernamentais na Síria desde março deste ano passou de 4 mil, afirmou nesta quinta-feira a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.
Além disso, Pillay utilizou o termo "guerra civil" para definir a situação no país.
"Situamos o número em 4 mil, mas claramente a informação confiável que nos chega é de que é muito mais do que isso", disse Pillay em entrevista coletiva em Genebra.
A alta comissária fez estas declarações durante a apresentação de uma campanha internacional sobre defesa dos direitos humanos, e antecipou os números que apresentará nesta sexta-feira ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que realizará uma sessão especial sobre a Síria.
A sessão foi convocada após a divulgação, nesta semana, do resultado de uma investigação feita nos últimos meses por uma comissão internacional independente, que chegou à conclusão de que foram cometidos crimes contra a humanidade com o conhecimento e consentimento do Estado.
A alta comissária de Direitos Humanos lembrou que uma das principais conclusões do relatório da comissão é de que "apesar de a maioria dos mortos e feridos tenha sido de civis desarmados, existem grupos que não pertencem às forças armadas e que aparentemente estão armados".
"Realmente, é hora de estudar esse relatório para conhecer a amplitude do que se define como as forças da oposição e caracterizar o que está acontecendo como um conflito armado", declarou Pillay.
"No meu ponto de vista, não é uma questão de tempo ou uma decisão política. Neste caso é preciso aplicar o princípio de que deve haver uma investigação do Tribunal Penal Internacional para evitar a impunidade".