Novo incêndio atinge usina nuclear no Japão
Instalação em Fukushima já sofreu quatro explosões; governo diz trabalhar para conter fogo.
Radiação em Tóquio está acima do normal, mas ainda não oferece perigo
Um novo incêndio ocorreu nesta terça-feira na usina nuclear de Fukushima Daiichi, no norte do Japão.
O fogo começou no reator 4. A usina já sofreu quatro explosões, que provocaram o vazamento de radiação e geraram preocupações.
Mais de 3 mil pessoas foram achadas mortas e outras milhares estão desaparecidas após o terremoto de magnitude 9 que atingiu o nordeste do Japão na sexta-feira.
O terremoto e um tsunami subsequente danificaram o sistema de resfriamento da usina de Fukushima Daiichi.
Funcionários do governo aconselharam moradores num raio de 20 a 30 km da usina a deixar a área ou permanecer abrigados.
A Tokyo Electric Power Co (Tepco), que opera a usina, disse que o último incêndio na instalação estava sendo combatido.
AIEA
Nesta terça-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) anunciou estar monitorando os níveis de radiação nas proximidades da usina e que a quantidade de radiação nas regiões próximas vinha diminuindo significativamente desde a madrugada.
A AIEA disse que outras usinas nucleares japonesas, como Onagawa, Tokai e Fukushima Daini estão "estáveis e seguras", mas que a situação em Daiichi, onde estão os reatores danificados, ainda era preocupante.
Uma zona de exclusão aérea foi estabelecida sobre o complexo nuclear.
De acordo com a AIEA, 150 pessoas na região da usina foram examinadas para detectar possíveis contaminações por radiação. Já foram tomadas medidas para a descontaminação de 23 pessoas.
A agência diz que o total de radiação a que uma pessoa normalmente se expõe durante um ano, contando todas as fontes normais, é de cerca de 2,4 milisieverts (unidade de medida que avalia os efeitos da radiação absorvida pelo organismo).
Pessoas que vivem nas proximidades de instalações nucleares estão expostas a uma dose de 1 milisievert adicional ao ano, segundo a agência.
Dentro da usina de Fukushima Daiichi, uma medição chegou a detectar 400 milisieverts de radiação no ar, entre os reatores número 3 e número 4.
Nos arredores da instalação, a quantidade de radiação liberada no ar chegou a atingir 11,9 milisieverts, mas caiu para 0,6 milisieverts seis horas depois.
A Organização Meteorológica Mundial disse que ventos começam a dispersar o material radioativo do ar para o oceano. No entanto, há previsões de que a direção das correntes de ar mudem na quarta-feira.