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ENTREVISTA-HRT vai antecipar avaliação de área na Amazônia

22 set 2011 - 15h21
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A petroleira HRT Participações vai aproveitar as descobertas de gás e petróleo realizadas no passado pela Petrobras na Amazônia para antecipar a entrega do seu primeiro plano de avaliação ao órgão regulador brasileiro.

A empresa enviará em outubro para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) documento que detalha o reservatório do bloco SOL-T-168, na bacia do Solimões, afirmou nesta quinta-feira o presidente da companhia, Márcio Rocha Mello.

O prazo da HRT para a entrega do plano de avaliação, exigência do governo brasileiro para que as petroleiras mantenham suas concessões, vence em meados de 2012. Muitas empresas costumam pedir —com êxito— a extensão desses prazos à agência.

A HRT realizou apenas uma descoberta no bloco, mas já conta com dados geológos suficientes para desenvolver a área porque a Petrobras já havia encontrado hidrocarbonetos em três pontos na mesma região.

"Fizemos uma descoberta (na semana passada) mas já tínhamos outras três, realizadas no passado", disse o executivo em entrevista à Reuters.

"Não vamos testar porque queremos furar oito poços este ano, vamos fechar este poço, onde descobrimos gás e óleo (na semana passada) e com isso já temos quatro descobertas e entraremos em duas ou três semanas com plano de avaliação para futuro desenvolvimento do bloco, o que nos garante a concessão por mais cinco, seis anos", acrescentou Mello.

ESTRATÉGIA

A Petrobras, que detinha a concessão da área ao longo das últimas décadas, até devolvê-las à União, no final dos anos 90, realizou ali descobertas conhecidas por Gavião, Mamuriá e Carauari.

Mas não as desenvolveu, à época, porque o preço do petróleo, baixo em relação aos padrões atuais, não compensava a exploração.

"São descobertas da Petrobras mas hoje pertencem à gente. Quando a Petrobras descobriu isso não valia nada, ela devolveu (à União), e devolveu com descobertas", explicou.

A estratégia de adquirir blocos prontos, já descobertos, na mesma linha da OGX, do empresário Eike Batista, é um dos motivos pelos quais a empresa comandada por Márcio Mello foi bem recebida por investidores, na opinião de analistas.

A empresa, que é terceira em ativos no setor, levantou 3,2 bilhões de dólares no mercado ao realizar uma oferta pública de ações (IPO), em outubro do ano passado.

O fundador da HRT afirma que a descoberta no bloco que já vai ser avaliado, comunicada ao mercado na semana passada, foi muito importante porque, além de gás, que já era esperado, encontraram também petróleo leve, de boa qualidade.

"No fim do poço encontramos óleo que abriu uma fronteira muito grande pra gente", afirmou. Foi a primeira descoberta da companhia.

A segunda descoberta da HRT, comunicada na quarta-feira, no bloco SOL-T-170, foi classificada pelo executivo como excelente.

Outros dois blocos da empresa estão em fase final de perfuração —o SOL-T-169, no meio da bacia de Solimões e o SOL-T-194, a sudoeste da província de Urucu, onde a Petrobras produz gás a partir de uma das maiores reservas do país.

SONDAS E DÓLAR

"Vamos descobrir hidricarbonetos nestes poços também. Vamos terminar de perfurá-los nos próximos 25 dias porque estamos a poucos metros da zona de interesse nos dois", disse.

Os próximos passos da empresa para cumprir a campanha exploratória prometida para este ano incluem a perfuração de mais quatro poços até dezembro nos blocos SOL-T-192, SOL-T-170, SOL-T-142 e SOL-T-169.

Em 2012, a empresa prevê perfurar 31 poços. Para 2013 e 2014 está prevista a perfuração de 39 em cada ano.

Para cumprir a robusta campanha exploratória, a petroleira assinou contrato de aquisição de quatro sondas de perfuração terrestre com uma empresa chinesa.

A compra de outras quatro unidades, do mesmo fabricante, deverá ser concluída nos próximos dez dias. Com isso, subirá para 13 o número de sondas contratadas.

O fundador da HRT afirmou que a alta recente do dólar não atrapalha os planos da empresa, pois, segundo ele, a companhia tem hedge e não está endividada. No caixa, dispõe ainda de 1,2 bilhão de reais.

A empresa também possui atividades na Namíbia, onde pretende iniciar perfurações em 2012.

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