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Ásia

ONG: países sucumbem à pressão da China para deportar minoria

4 set 2011 - 04h17
(atualizado às 05h09)
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Malásia, Tailândia e Paquistão são alguns dos países que sucumbiram à pressão chinesa para que devolvam uigures exilados nele, segundo um comunicado divulgado pela ONG em defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch (HRW).

Em carta dirigida ao governo chinês, a HRW pediu que cesse a pressão sobre outros governos para devolver aos uigures, a etnia túrquica de maioria muçulmana que habita no oeste da China, "sem que estes possam impugnar sua deportação ou solicitar asilo".

Esta etnia foi protagonista de diversos confrontos com a etnia majoritária chinesa han, entre os quais se destacam as revoltas de 2009, nas quais morreram 197 pessoas e mais de 1.700 ficaram feridas e que terminou com a condenação à morte de 25 uigures.

No caso dos países pressionados pela China estão, segundo a HRW, Malásia, que devolveu 11 uigures no dia 6 de agosto e Tailândia, que entregou aos diplomatas chineses em Bangcoc Nouri Mohammed, acusado em entrar ilegalmente no país.

Outro dos países acusados pela HRW é o Paquistão, que entregou cinco uigures com os olhos vendados, dois deles menores de idade que acompanhavam sua mãe, também detida e deportada.

"Os uigures desaparecem em um buraco negro após serem deportados para a China", alertou o diretor do programa de refugiados da Human Rights Watch, Bill Frelick, acrescentando: "queremos saber o que acontece com eles uma vez que estão em mãos das autoridades".

Além disso, a ONG pediu ao Executivo chinês para ter uma maior transparência em relação à situação jurídica e ao bem-estar dos detidos deportados por Malásia, Tailândia e Paquistão, e os que poderiam chegar de Cazaquistão e Camboja.

"China é um membro do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e faz parte da Convenção sobre Refugiados de 1951 e seu protocolo de 1967, assim como de outros tratados internacionais de direitos humanos, por isso que isto é incompatível com sua situação internacional", disse a HRW.

Segundo Frielick, "a China deve deixar de pressionar outros países que cumprem as leis internacionais a este respeito" e criticou que, desde a detenção e deportação de 20 uigures em dezembro de 2009, "nada se soube acerca da situação ou bem-estar deste grupo".

EFE   
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