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Escândalo das escutas ilegais provoca renúncia de Rebekah Brooks

15 jul 2011 - 14h46
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Rebekah Brooks, uma das protagonistas do escândalo das escutas telefônicas ilegais do extinto jornal sensacionalista "News of the World", não resistiu às pressões para que deixasse o cargo e pediu demissão nesta sexta-feira.

O magnata do setor de comunicações e dono da publicação, Rupert Murdoch, aceitou a renúncia de Rebekah, que é o rosto mais visível de um episódio que comoveu o Reino Unido. Ela era diretora-executiva da News International, filial britânica da News Corporation, o império jornalístico de Murdoch.

Protegida por Murdoch, que se negou durante dias a aceitar sua demissão, Rebekah argumentou que sua saída ajudaria a companhia a superar a atual crise.

A jornalista foi diretora do "News of World" entre 2000 e 2003 e a primeira mulher a se tornar diretora do jornal "The Sun" entre 2003 e 2009, quando passou a ser executiva da News International.

"Meu desejo de me manter (no cargo) se tornou o centro do debate. Isto tira a atenção de nossos sinceros esforços para regular os problemas do passado", revelou na mensagem.

Brooks apresentou sua demissão poucos dias antes de comparecer perante o Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns para prestar esclarecimentos sobre as atividades jornalísticas ilegais, que envolveu parentes de vítimas de crimes, terrorismo e soldados mortos em combate.

Apesar de ter sido revelado em 2006 pela primeira vez que o "News of the World" tinha recorrido a escutas ilegais para conseguir furos de reportagens, a trama ganhou novas proporções na semana passada ao vir à tona que a família da menina assassinada Milly Dowler foi vítima das escutas.

O escândalo levou o prório Murdoch a fechar no último dia 10 o "News of the World" e a retirar nesta quarta-feira sua oferta por todas as ações do canal "SkyB", uma de suas grandes ambições empresariais.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que há dias se mostrou a favor da saída de Rebekah da News International, disse nesta sexta-feira que a renúncia foi a "decisão correta".

Por sua vez, o líder trabalhista, Ed Miliband, comemorou que Rebekah tenha optado por assumir sua responsabilidade, mas ressaltou que o problema não foi causado por uma pessoa, mas "pela cultura de uma organização", em referência ao império Murdoch.

"Rupert Murdoch diz que a News Corporation conduziu as alegações extremamente bem. Ainda não se desculpou perante as vítimas inocentes das escutas. Está claro que não entende" o que está acontecendo, declarou Miliband.

Depois que Rebekah apresentou sua demissão, a News International informou que neste fim de semana pedirá desculpas à população do Reino Unido pelas escutas ilegais, através de avisos nos jornais do país.

Além disso, a empresa enviará cartas às companhias que habitualmente inserem publicidade nos periódicos do grupo para mantê-las informadas sobre as medidas que está tomando, depois que várias delas decidiram deixar de anunciar em seus veículos.

Enquanto isso, a News International tem a intenção de informar no futuro sobre os passos que pensa em dar para superar os graves problemas revelados nas últimas semanas, uma bola de neve que não parece que será dissolvida a curto prazo.

EFE   
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