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Bancos de França e Alemanha estão dispostos a contribuir com resgate grego

27 jun 2011 - 15h39
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Os bancos mais expostos à dívida grega, os franceses e alemães, estão dispostos a contribuir para o segundo resgate da Grécia a partir de uma proposta divulgada nesta segunda-feira pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que foi recebida favoravelmente pelos mercados.

A Eurozona deseja que os bancos contribuam para a resolução da crise, fornecendo cerca de 25 bilhões de euros ao segundo plano de assistência financeira à Grécia, que poderia chegar a 110 bilhões, segundo antecipou na semana passada o primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreou.

Segundo Sarkozy, os banqueiros franceses estão dispostos a participar do plano para esquivar a declaração de uma falta de pagamento parcial da dívida grega, situação que se pretende evitar a todo custo por considerar que teria um impacto superior à queda do Lehman Brothers em 2008.

A iniciativa francesa consiste em reinvestir na Grécia unicamente 7% dos títulos de dívida que vençam nos próximos três anos: 50% serviria para adquirir nova dívida grega com um prazo de 30 anos, enquanto os 20% restantes alimentaria um fundo de investimento em ativos de grande qualidade, dedicado a aprovar os novos empréstimos gregos.

A modalidade escolhida significa que só se voltaria a emprestar à Grécia 50% das quantidades devolvidas pelo Tesouro, mas permitiria consolidar o caráter voluntário desta contribuição, afastando o risco de declaração de "descumprimento creditício" por parte das agências de qualificação de riscos.

O Banco Central Europeu (BCE) ameaçou deixar de aceitar a dívida grega como aval no refinanciamento dos bancos gregos, em caso de a solução estipulada provocar uma declaração de falta de pagamento, porque considera que teria consequências nefastas, inclusive para os países mais suscetíveis ao contágio.

Neste sentido, o fundo para aprovar a dívida consolidaria o caráter "voluntário" para os bancos, que até agora tinham demandado garantias para manter sua exposição em um país de solvência duvidosa, extremo rejeitado pela Alemanha por estimar que suporia uma carga adicional para os contribuintes.

A proposta francesa inclui taxas de juros similares às aplicadas no resgate das organizações internacionais, mas se acrescentaria uma variável em função da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) grego.

Os bancos privados alemães examinam com interesse a proposta francesa e asseguraram que estão dispostos a assumir sua parte.

Por sua vez, o diretor-geral da Associação de Bancos Privados Alemães, Michael Kemmer, que calculou em entre 10 bilhões e 20 bilhões de euros a exposição dos bancos de seu país na Grécia, insistiu nesta segunda-feira na ideia de que devem receber garantias.

O Commerzbank é o maior credor privado alemão da Grécia, com obrigações no valor de 2,9 bilhões de euros, seguido pelo Deutsche Bank (1,6 bilhão) e pela seguradora Allianz (1,3 bilhão).

Os bancos franceses também estão entre os principais credores da Grécia.

A proposta francesa foi discutida nesta segunda-feira em Roma, em reunião de delegados das instituições europeias com o Instituto de Finanças Internacionais, que reúne mais de 400 entidades creditícias.

Estas conversas se produzem em uma semana crucial, na qual o Parlamento grego deve votar o impopular plano de ajustes demandado pelas instituições internacionais como condição para seguir ajudando o país.

As próximas duas semanas também serão determinantes para o segundo plano de resgate e o desbloqueio dos 12 bilhões do quinto lance de ajuda.

Os ministros de Finanças da zona do euro devem aprovar esse desembolso durante a reunião extraordinária que será realizada em Bruxelas no próximo domingo e fechar os assuntos pendentes do segundo plano em 11 de julho.

EFE   
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