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Síria vive dia mais sangrento desde o início das revoltas

22 abr 2011 - 16h34
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Dezenas de pessoas morreram nesta sexta-feira no dia mais sangrento na Síria desde que as manifestações contra o regime de Bashar Al Assad tiveram início no país.

O ativista de direitos humanos Haizam Maleh, uma das figuras da oposição mais respeitadas do país, disse em entrevista por telefone à Agência Efe que tinha recebido informações segundo as quais mais de 50 pessoas teriam morrido em diferentes pontos do país.

As emissoras árabes de televisão "Al Jazeera" e "Al Arabiya", que citaram números fornecidos por grupos de ativistas, asseguraram que o número de mortos subiu para 68, embora ainda possa aumentar.

"As manifestações se estenderam para a maioria das cidades e das aldeias da Síria", disse Maleh, quem passou nove anos de sua vida nas prisões sírias.

As mortes ocorreram durante as manifestações que começaram ao final das orações do meio-dia da sexta-feira, a celebração religiosa mais importante para os muçulmanos, em um dia chamado de Grande Sexta-feira por ativistas da oposição.

Desde a manhã desta sexta-feira, a capital, Damasco, e outras cidades do país estavam custodiadas por um impressionante dispositivo de segurança a cargo da Polícia e do Exército, como há muito tempo não era visto no país.

Os acessos a Damasco ficaram fechados e o transporte para várias áreas da capital ficou proibido, segundo moradores contatados pela Efe e fontes da oposição.

Uma situação parecida se vivia na cidade central de Homs e na sulina de Deraa, que foram as que registraran o maior número de vítimas por consequencia dos protestos das últimas semanas.

Imagens reproduzidas pelas emissoras de televisão árabes, algumas delas divulgadas pela internet por ativistas da oposição, mostravam multidões que desfilavam pacificamente por diversas cidades do país, apesar do forte dispositivo de segurança.

Segundo Maleh, as vítimas morreram pelos disparos de forças de segurança e de grupos de pistoleiros que atacaram os manifestantes. Além disso, afirmou que há centenas de feridos.

Entre as áreas que registraram os principais distúrbios estão Douma, Harasta, Deraa, Izraa, Hama, Homs e Hauran.

Moradores de algumas cidades sírias e fontes médicas consultadas por emissoras árabes denunciaram que a repressão se estendeu a alguns centros hospitalares, que foram rodeados por agentes de segurança que impediram a passagem dos feridos.

"As manifestações continuam se intensificando e o regime é incapaz de encontrar uma solução, por isso que deve sair", acrescentou Maleh.

Os protestos eclodiram um dia depois que o presidente Bashar Al Assad assinou um decreto para pôr fim ao estado de emergência, vigente desde 1963, e outro para abolir o temido Tribunal de Segurança do Estado.

A derrogação da Lei de Emergência era uma das principais exigências dos grupos de oposição, que também reivindicam reformas políticas e a libertação dos detidos.

Segundo o historiador especialista em Oriente Médio Robert Fisk, Assad atravessa "uma série de problemas" para optar agora em favor de reformas políticas que tinha que ter realizado no ano 2000, quando assumiu o poder após a morte de seu pai, Hafez Al Assad.

"Quando se começa a fazer concessões, o povo nas ruas quer mais e agora reivindicam a queda do regime", acrescentou Fisk em declarações a emissora "Al Jazeera".

EFE   
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