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Presidente bielorrusso acusa oposição de estar por trás de atentado em metrô

13 abr 2011 - 14h53
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O presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, anunciou nesta quarta-feira a detenção dos autores do atentado do metrô de Minsk pelo serviço secreto e responsabilizou a oposição.

"Hoje, às 5h da manhã, o crime foi esclarecido. Os detidos confessaram não só o ato terrorista no metrô, mas também os atentados cometidos no Dia da Independência (2008) e na cidade de Vítebsk (2005)", assegurou Lukashenko.

Apenas 24 horas depois da explosão, as forças de segurança já tinham detido três dos responsáveis pelo atentado, que na segunda-feira deixou 12 mortos e quase 200 feridos na estação de metrô Oktyabrskaya de Minsk.

"Os agentes do serviço secreto e a Polícia necessitaram de um dia para realizar uma operação brilhante (...) e capturar os responsáveis", ressaltou.

O governante acrescentou: "O importante é sabermos quem são, mas, por enquanto, desconhecemos com que objetivo atentaram, mas isto saberemos em breve. Os culpados devem receber o mais severo dos castigos".

Belarus é o único país europeu que ainda aplica a pena de morte, motivo pelo qual nunca se tornou membro do Conselho da Europa.

No vídeo gravado pelas câmeras do metrô "se vê claramente como o suspeito chega à estação Kupálovskaya, salta em Oktyabrskaya, é visto na plataforma da estação, deixa uma bolsa em um banco, caminha manipulando algo no bolso de sua jaqueta, e depois acontece a explosão", disse o procurador adjunto Andrei Shved.

Ele acrescentou que os detidos são cidadãos bielorrussos, procedentes de uma mesma cidade, "se conhecem há muito tempo e não têm antecedentes criminais".

"Segundo os psiquiatras, o (principal) suspeito (que reconheceu a autoria do atentado) é instável. Foi comparado com o personagem cinematográfico Hannibal Lecter", disse uma fonte policial à agência russa "Interfax".

Segundo a investigação, a bomba que explodiu na hora do rush na estação Oktyabrskaya, de potência equivalente a pelo menos três quilogramas de TNT, buscava "causar o maior dano possível".

Por sua vez, Lukashenko, considerado o último ditador da Europa, não descartou que os autores da explosão tenham contado com cúmplices ou tenham atuado por encomenda, por isso que ordenou interrogar as principais figuras da oposição.

"É preciso investigar todas as declarações dos políticos que acusaram o primeiro que passava. Buscamos os cúmplices e os mentores", revelou.

Lukashenko, quem governa o país desde 1994 e que foi reeleito em dezembro passado em um pleito polêmico, pediu que se lance uma "limpeza em todas as direções" e "se coloque na prisão todos os que tenham armas ou substâncias explosivas sem registro".

"Ontem, em todos os canais da televisão bielorrussa, fomos testemunhas da histeria através da qual se acusava a oposição por todos os pecados", disse, por sua vez, o ativista Andrei Kim.

"É evidente que a histeria está dirigida. Este atentado pode ser utilizado como desculpa para futuras repressões. A pressão sobre a oposição terá consequências catastróficas para Belarus", revelou ao site "Gazeta.ru".

O veterano político bielorrusso Aleksandr Milinkevich negou qualquer envolvimento da oposição no atentado.

"A oposição não utiliza métodos radicais", assegurou à emissora de rádio local.

As autoridades também acusaram a oposição pelas explosões ocorridas em 2005 e 2008, que não chegaram a provocar mortes e nunca foram esclarecidas.

Em 1º de março, começaram os julgamentos dos participantes dos violentos distúrbios que eclodiram após o fechamento dos colégios eleitorais no pleito presidencial de dezembro e que resultaram em enfrentamentos entre opositores e a Polícia.

EFE   
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