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França pressiona ONU para votar zona de exclusão aérea sobre a Líbia

16 mar 2011 - 22h55
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A França pressionou o Conselho de Segurança da ONU para que vote na quinta-feira uma resolução autorizando uma zona de exclusão área sobre a Líbia, apesar de as diferenças entre seus membros não terem sido resolvidas após um longo dia de negociações.

Os Estados Unidos assinalaram ao principal órgão de segurança das Nações Unidas que "é preciso contemplar passos que impliquem uma zona de exclusão aérea", assinalou a embaixadora Susan Rice.

O embaixador francês, Gérard Araud, apresentou nesta quarta-feira um projeto de resolução que contempla a proibição de voos no espaço aéreo líbio, em referência a um procedimento que segundo o regulamento das Nações Unidas obriga o documento a ser submetido à votação em 24 horas.

"Nossa intenção, pelo menos a da França, é votá-lo na quinta-feira", assinalou o diplomata, que se mostrou impaciente sobre as dúvidas de outros países em relação à proibição de voos no espaço aéreo líbio.

"Somos o país que mais fez. Apresentamos um texto, a proposta da zona de exclusão aérea. Se existe um país que não é responsável pela situação atual, é o nosso", insistiu Araud.

O documento francês é uma nova versão do projeto de resolução apresentado na terça-feira pelo Líbano, com apoio de Paris e Londres.

Durante as negociações desta quarta-feira, a Rússia propôs como alternativa uma resolução que pede um cessar-fogo que detenha a ofensiva das forças leais a Muammar Kadafi contra as povoações rebeldes no leste do país.

Segundo essa proposta, no caso de as partes não cessarem as hostilidades, o órgão poderia optar por uma zona de exclusão aérea.

O embaixador da Rússia perante a ONU, Vitaly Churkin, explicou que sua iniciativa obedecia à necessidade de tomar alguma ação perante a evidente falta de acordo sobre a zona de exclusão aérea e os violentos combates na Líbia.

"Infelizmente não foi aprovado, apesar de nos mostrarmos dispostos a incluir uma linguagem dura", explicou Churkin.

Sua colega americana, Susan Rice, assinalou que a iniciativa russa foi rejeitada porque não estava acompanhada de "ações" para interromper o conflito na Líbia.

Segundo ela, Washington favorece a adoção de "um amplo leque de ações que proteja os civis e aumente a pressão sobre o regime de Kadafi para que deixe de matar e permita o povo líbio a se expressar".

Para o embaixador adjunto da Líbia perante a ONU, Ibrahim Dabashi, estes "passos" deveriam incluir bombardeios das forças leais a Kadafi que atacam as localidades controladas pelos rebeldes.

"O povo líbio espera que o Conselho de Segurança adote uma resolução assim que for possível e autorize bombardeios contra as tropas do coronel Kadafi, particularmente contra as que têm intenção de destruir povoados", disse à imprensa Dabashi.

Uma fonte diplomática ocidental ao ser perguntada se a proposta francesa inclui ataques aéreos, indicou que contempla "uma série de medidas do Capítulo 7" da Carta das Nações Unidas, que autoriza o uso da força.

De todas as maneiras, essas mesmas fontes indicaram que nas negociações de quinta-feira o documento poderia ser modificado para incluir novas emendas.

O embaixador da Índia, Hardeep Singh Puri, assinalou que as dúvidas de seu país sobre a zona de exclusão aérea "ainda permanecem abertas.

"Nos perguntamos como funcionará a zona, o que implica e quem vai executá-la. Perguntamos sobre isso e ainda esperamos uma resposta clara", acrescentou.

Rússia e China, que contam com poder de veto, também não parecem totalmente convencidas da eficiência da medida.

Segundo seus patrocinadores, o projeto de resolução sobre a mesa do Conselho de Segurança segue as diretrizes marcadas pelos ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe, que expressaram no sábado em reunião no Cairo seu apoio à imposição de uma zona de exclusão aérea.

Por sua parte, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu um cessar-fogo imediato na Líbia e que Kadafi não bombardeie Benghazi, segunda cidade do país e reduto dos rebeldes.

EFE   
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