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Em tentativa de atenuar protestos, Bahrein liberta presos políticos

23 fev 2011 - 15h04
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Dezenas de prisioneiros políticos foram libertados nas últimas horas no Bahrein, entre eles 23 opositores xiitas acusados de terrorismo, em uma tentativa de aliviar os protestos políticos.

No total, cerca de 100 presos foram libertados, segundo o centro para os direitos humanos do Bahrein, que ressaltou que ao menos outros 400 detidos por motivos políticos permanecem nas prisões do país.

As libertações ocorreram um dia depois que o rei Hamad bin Isa Al-Khalifa ordenou a libertação de alguns condenados e a suspensão dos processos judiciais contra eles, após dez dias de protestos no país.

Apesar de a libertação dos presos políticos ser uma das principais reivindicações dos manifestantes, na terça-feira foi registrada em Manama (capital) um dos maiores protestos desde que a revolta teve início em 14 de fevereiro.

Enquanto o regime tenta aplacar os protestos e reitera seu convite ao diálogo, os manifestantes e os partidos opositores continuam afirmando que sua participação em qualquer diálogo não é possível até que suas reivindicações sejam atendidas.

Entre seus pedidos está a renúncia do Governo e que o país tenha uma monarquia constitucional não só no papel, mas também na prática.

A maioria dos presos libertados nesta quarta-feira, que foram recebidos como heróis na praça Lulu, em Manama, afirmou que não haverá diálogo se as autoridades não atenderem às suas reivindicações.

Na praça Lulu, palco da revolta popular e ponto de enfrentamento entre as forças de segurança e os manifestantes nos últimos dias, milhares de pessoas permaneciam acampadas nesta quarta-feira.

Além destas manifestações, a oposição contempla a ideia de organizar uma nova greve geral como parte de sua campanha pacífica para pressionar o Governo.

Entre os prisioneiros libertados estão 23 opositores xiitas acusados de instigar atos terroristas, cuja detenção em setembro passado gerou uma grande polêmica no reino.

A detenção ocorreu um mês antes das eleições parlamentares, que foram realizadas em 23 de outubro, por isso que várias ONGs árabes denunciaram a existência de uma campanha das autoridades do Bahrein para reprimir a oposição antes do pleito.

O presidente da associação da juventude do Bahrein para os direitos humanos, Mohammed al Maskati,revelou à Agência Efe por telefone que os 23 opositores foram postos em liberdade à meia-noite desta qurta-feira e já estão em suas residências.

Ele denunciou que, embora eles estejam em bom estado de saúde, foram torturados na prisão, e lamentou que "só uma parte" dos aproximadamente 450 prisioneiros políticos no Bahrein tenha sido libertada.

A este grupo de opositores pertence um líder xiita que se encontra no exílio e foi julgado à revelia por instigar o terrorismo.

Estava previsto que ele retornasse na terça-feira ao Bahrein, mas sua chegada foi adiada por razões desconhecidas.

Este líder opositor pertence à comunidade xiita, que representa 70% da população do Bahrein e realizou vários protestos para exigir uma maior reforma democrática e um papel mais representativo no reino, liderado por uma monarquia sunita.

Por sua vez, o monarca viajou nesta quarta-feira à Arábia Saudita para se reunir com o rei Abdullah bin Abdul Aziz, recém-chegado a seu país após submeter-se a uma operação que o manteve ausente da nação árabe por três meses.

A revolta no Bahrein, que já deixou sete mortos e centenas de feridos, foi inspirada pelos protestos na Tunísia e no Egito e conta com uma participação sem precedentes neste pequeno e rico reino do Golfo Pérsico, estreito aliado dos EUA.

EFE   
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