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Sobe para 511 as vítimas pelas chuvas no estado do Rio

14 jan 2011 - 12h40
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Ao menos 511 pessoas morreram em consequência das chuvas que castigam há quatro dias a Região Serrana do estado do Rio de Janeiro, na que já é considerada a segunda maior tragédia natural na história do Brasil, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.

Pelos últimos balanços divulgados pelos municípios afetados, as inundações e principalmente os deslizamentos de terra, que sepultaram inúmeras casas nas encostas das montanhas, provocaram 228 mortes em Teresópolis, 225 mortes na cidade de Nova Friburgo, 39 em Petrópolis e 19 em Sumidouro.

De acordo com números das Nações Unidas citados nesta sexta-feira pela imprensa, pelo número de mortes, a desta semana é a segunda maior tragédia natural na história do Brasil, apenas inferior a provocada pelas inundações de janeiro de 1967, quando as vítimas chegaram a 785, também no Rio de Janeiro.

O número de vítimas das chuvas desta semana pode aumentar muito porque os bombeiros não chegaram a locais isolados pela destruição de pontes e estradas, e pelas toneladas de terra, lodo e pedras que cobriram áreas urbanizadas nas montanhas.

As autoridades admitiram seu temor de que a situação se agrave devido aos meteorologistas preverem que as chuvas prosseguirão nos próximos dias, embora sem a intensidade do temporal que castigou a região entre a noite de terça-feira e a madrugada da quarta-feira.

Na madrugada desta sexta-feira, a chuva foi constante, mas de menor intensidade e as autoridades não registraram nenhum novo deslizamento.

"O que nos está angustiando são as próximas horas e dias, já que há previsão de mais chuvas. O problema, além disso, não se resume a esses quatro municípios, há outros que também sofreram pelas chuvas e áreas em risco de deslizamentos", afirmou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Apesar da capacidade das sedes do Instituto Médico Legal terem sido esgotadas nas cidades da Região Serrana e existirem corpos até nos estacionamentos da instituição, a Polícia já conseguiu identificar 470 dos corpos.

Várias áreas afetadas, cobertas de montanhas de lodo e lixos, permanecem no total caos, sem abastecimento de energia elétrica e telefonia devido ao isolamento.

Os trabalhos de resgate continuaram de forma ininterrupta na madrugada desta sexta-feira na cidade de Teresópolis, mas tiveram de ser suspensos nos outros três municípios por falta de luz e da própria chuva.

A dimensão da tragédia foi atribuída tanto às mudanças climáticas, que aumentaram a intensidade das chuvas que tradicionalmente caem no Brasil nesta época do ano, como à ocupação irregular e desordenada nas encostas das montanhas na Região Serrana.

O governador do Rio de Janeiro garantiu que as autoridades municipais na Região Serrana foram "permissivas" sobre as construções de casas em áreas montanhosas consideradas de risco nas últimas três décadas.

A presidente Dilma Rousseff, que sobrevoou de helicóptero na quinta-feira as áreas mais afetadas, classificou a situação de "muito dramática" e disse que o maior problema é que "a habitação em área de risco no país se tornou regra e não exceção".

Segundo a Defesa Civil, além das vítimas fatais, a tragédia deixou 10 mil pessoas sem moradia e um número ainda não definido de desaparecidos.

A tragédia desta semana é a repetição de desastres registrados historicamente nesta época do ano no Rio de Janeiro. Entre janeiro e abril do ano passado, 283 pessoas morreram pelas chuvas no estado.

EFE   
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