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Seul faz manobras militares na fronteira norte-coreana apesar de alertas

20 dez 2010 - 11h57
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A Coreia do Sul realizou nesta segunda-feira novas manobras militares no Mar Amarelo (Mar Ocidental), próximo à tensa fronteira com a Coreia do Norte, ignorando as ameaças do regime comunista e as críticas da Rússia e da China.

Com o mundo em alerta, os exercícios ocorreram sem incidentes durante cerca de uma hora e meia em frente à ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que no mês passado foi atingida pelo regime de Kim Jong-il com disparos de artilharia que mataram quatro pessoas.

Segundo a agência sul-coreana "Yonhap", um porta-voz da Junta de Chefes do Estado-Maior sul-coreana disse que não houve nenhuma "provocação" do regime norte-coreano durante as manobras, que contaram com dez navios de guerra, caças de combate F-15 e canhões K-9.

Os 280 habitantes da ilha de Yeonpyeong foram deslocados para refúgios diante das ameaças da Coreia do Norte, que havia advertido para a possibilidade de um ataque mais agressivo caso os exercícios fossem realizados em águas que o regime considera seu território.

Pyongyang não reconhece a linha de fronteira marítima traçada em 1953 no final da Guerra da Coreia (que terminou com um armistício e não com um tratado de paz) e o Mar Amarelo foi palco de frequentes confrontos entre ambos os vizinhos.

Esta foi a quarta ocasião que os militares sul-coreanos realizaram manobras na região desde a troca de tiros de artilharia, que aconteceu exatamente quando estavam sendo feitos exercícios das tropas do Sul.

Por conta disso, Moscou e Pequim haviam pedido a Seul que desistisse de organizar as manobras e o embaixador russo convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU neste domingo, que acabou sem acordo diante das profundas divergências entre seus membros.

Enquanto a China e a Rússia acreditam que esta exibição militar pode aumentar o risco de um confronto armado na península coreana, os Estados Unidos, que têm 28.500 soldados na região, defendem que a Coreia do Sul tem o direito de realizar este tipo de exercícios.

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, qualificou como "natural" que um Estado soberano realize manobras defensivas, "sobretudo se for uma nação dividida em confronto militar", e disse que nenhum outro país pode intervir no caso.

Lee foi criticado por sua morna reação ao incidente com a Coreia do Norte em 23 de novembro, o mais sério desde o final da guerra há quase seis décadas.

Apesar das ameaças anteriores, o regime comunista não se manifestou a respeito das manobras militares desta segunda-feira.

Bill Richardson, governador do Novo México (EUA) e enviado americano à Coreia do Norte, está em Pyongyang e teria firmado nesta segunda-feira um compromisso com o regime de Kim Jong-il para que o retorno dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao país fosse permitido.

Em abril de 2009, o regime comunista expulsou pela última vez os inspetores da AIEA que supervisionavam suas instalações atômicas, uma medida que já havia tomado em 2003, quando decidiu abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

O Governo de Kim Jong-il busca há muito tempo a retomada das negociações para sua desnuclearização em troca de incentivos econômicos, mas a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão reivindicam primeiro uma solução à crise atual.

Esse diálogo multilateral, do qual participam desde 2003 a China e a Rússia, está paralisado há dois anos por iniciativa de Pyongyang, conhecida por suas táticas imprevisíveis e constantes mudanças de opinião.

EFE   
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