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Mundo

Casamento gay: Argentina têm 200 consultas de estrangeiros

26 jul 2010 - 05h11
(atualizado às 07h17)
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Marcia Carmo
Da BBC Brasil

Primeiro país a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo na América Latina, a Argentina já recebeu mais de 200 consultas de estrangeiros que querem se casar no país assim que a medida entrar em vigor no dia 30 de julho.

Manifestantes estendem bandeira do orgulho gay em frente ao Congresso, em Buenos Aires
Manifestantes estendem bandeira do orgulho gay em frente ao Congresso, em Buenos Aires
Foto: AP

A informação foi confirmada à BBC Brasil pela presidente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais, Maria Rachid, e pela presidente da Organização Não-Governamental (ONG) La Fulana, Claudia Castro.

A La Fulana reúne as lésbicas e bissexuais argentinas. A Federação concentra 42 entidades de pessoas do mesmo sexo em toda a Argentina.

"Já recebemos consultas de casais do mesmo sexo do Paraguai, da Bolívia, Itália, Inglaterra e também do Brasil", afirmou Rachid.

Segundo ela, não haveria problema para a realização destes casamentos na Argentina, já que a Constituição argentina não impediria casamento de estrangeiros no país.

"Será necessária apenas a confirmação de um endereço de residência na Argentina e pode ser até mesmo de um hotel. Isso não será problema. E foi o que já transmitimos aos que nos procuraram."

Consultas prévias

Ela disse ainda que as consultas começaram assim que o texto foi aprovado no Senado, e antes mesmo de a presidente, Cristina Kirchner, sancionar a lei no dia 20 de julho.

"São necessários oito dias úteis para que a lei entre em vigor e já há casamento marcado para esta data", disse. Rachid contou ter recebido "pelo menos 200 consultas" nos últimos dias.

Por sua vez, Claudia Castro afirmou ter recebido 22 e-mails, além de "várias ligações" de casais do mesmo sexo do México, Chile, Uruguai e França, entre outros. Ela disse que não recebeu ligações ou e-mail do Brasil.

Mulheres idosas

"A pergunta que fazem é a mesma. Se podem casar aqui e o que precisam para isso." Segundo a presidente da La Fulana, entre as que entraram em contato com a ONG estão mulheres idosas.

"São mulheres com mais de 70 anos preocupadas em regularizar a situação. Por causa da idade, elas querem evitar que a companheira, às vezes da vida inteira, não fique sem nada, quando ela morrer", disse Claudia Castro.

Ela contou que muitas, incluindo argentinas, querem formalizar a relação porque têm filhos - de relações anteriores e também se preocupam com o futuro da companheira e das crianças.

Claudia Castro entende que o casamento no papel ajudará as famílias a aceitarem melhor a relação entre as pessoas do mesmo sexo.

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