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EUA apresentam 5 acusações contra Shahzad, incluindo intenção de matar

4 mai 2010 - 18h20
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Os Estados Unidos apresentaram hoje cinco acusações contra Faiçal Shahzad, americano de origem paquistanesa suspeito de ter colocado um carro-bomba em Nova York, entre as quais a tentativa de usar armamento de destruição em massa e de detoná-lo com a intenção de matar.

Shahzad, de 30 anos, foi preso nesta madrugada no aeroporto JFK.

Ele compareceu hoje perante o juiz federal Kevin Nathaniel Fox, de Nova York, onde a promotoria leu as acusações, após ele ter confessado que recebeu treinamento com explosivos em um acampamento da região paquistanesa de Waziristão, reduto dos talibãs.

A acusação foi apresentada pelo agente especial do FBI Andrew Patchman. Shahzad é acusado de tentar usar armas de destruição em massa com intenção de detoná-las e de matar, assim como de levar explosivos e material incendiário.

Patchman assinala que após sua prisão, o suspeito "admitiu que tinha tentado detonar uma bomba na Times Square e que tinha recebido treinamento para elaborar bombas no Waziristão (Paquistão)".

Anteriormente, o procurador-geral (secretário de Justiça) dos Estados Unidos, Eric Holder, assinalou durante uma entrevista coletiva que o suspeito tinha começado a cooperar com as autoridades.

Holder precisou também que Shahzad ia a ser acusado por "delitos de terrorismo ativo que transcendem as fronteiras dos Estados Unidos, tentativa de uso de uma arma de destruição em massa, e uso de um dispositivo de destruição durante a perpetração de outro delito", entre outros.

"Está claro que era um complô terrorista destinado a assassinar americanos em um dos lugares mais movimentados de nosso país", acrescentou Holder durante uma entrevista coletiva em Washington junto à secretária de Segurança Interior, Janet Napolitano; o subdiretor do FBI, John Pistole, e o chefe da Polícia de Nova York, Raymond Kellly.

O subdiretor do FBI assinalou que Shahzad se mostrou "cooperativo" durante os interrogatórios e que "proporcionou detalhes valiosos" sobre sua participação no ato terrorista.

Os investigadores seguem diversas pistas, segundo o Departamento de Justiça, o FBI e a Polícia de Nova York, incluída a internacional, e a possível vinculação de Shahzad a grupos terroristas internacionais, especialmente os que atuam em seu país de origem, o Paquistão.

Os talibãs do Paquistão reivindicaram a responsabilidade da colocação do carro-bomba mediante um vídeo em uma site muçulmano, mas as autoridades americanas não deram muito crédito a essa reivindicação.

Nesse país asiático teriam sido produzidas, além disso, várias detenções de pessoas vinculadas ao suspeito, que obteve a cidadania americana em abril de 2009 e em julho desse ano viajou durante várias semanas para o Paquistão.

A Casa Branca também considerou este fato um "ato de terrorismo", e o presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira que o país "não se deixará amedrontar nem atemorizar", ao mesmo tempo em que assegurou que "a justiça será feita" com os responsáveis de um ato que poderia ter terminado em tragédia.

Segundo vários meios de comunicação americanos, o detido disse aos investigadores que atuou sozinho e negou qualquer vinculação com grupos extremistas de seu país de origem.

Shahzad foi preso na madrugada da terça-feira no aeroporto JFK como suspeito de haver colocado um carro-bomba na praça nova-iorquina de Times Square no fim de semana.

No veículo, que comprou pela internet por US$ 1,3 mil, havia vários bujões de gás propano, galões de gasolina, material pirotécnico e adubos que, se tivessem explodido, teriam causado um grande número de feridos além de um grande incêndio.

O suspeito, morador de Bridgeport (Connecticut), foi capturado quando já estava sentado em um avião da empresa Emirates Airlines que se dirigia a Dubai e acredita-se que seu destino final era Islamabad, capita do Paquistão.

EFE   
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