BRICs querem reforma do FMI até novembro
Em documento final da cúpula líderes defendem sistema mais 'igualitário'.
Os países que formam o BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - deixaram claro nesta quinta-feira que vão trabalhar por uma reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial ainda este ano.
A declaração conjunta dos quatro países, divulgada logo após a 2ª cúpula do grupo, em Brasília, sugere que um novo sistema de votação no Banco Mundial seja aprovado já na reunião de primavera, na próxima semana, em Washington.
Já a reforma do FMI deverá, na avaliação dos países do BRIC, ser implementada até novembro, mês da próxima reunião do G20 financeiro, no Canadá.
"Esperamos que a reforma do sistema de cotas do FMI seja concluído até novembro deste ano", diz o documento.
Desde a criação do grupo, no ano passado, os BRICs vêm defendendo um sistema financeiro internacional "mais igualitário" e que reflita o "peso" dos emergentes na economia mundial.
Na última reunião do G20, realizada em Londres em abril do ano passado, os BRICs conseguiram um compromisso dos líderes mundiais para antecipar a reforma de cotas do FMI de 2013 para janeiro de 2011.
Em janeiro deste ano, o Brasil entrou formalmente para o grupo de países credores do FMI, ao colocar à disposição do fundo um montante de US$ 10 bilhões.
Financiamento
Líderes de Brasil, Rússia, Índia e China também assinaram nesta quinta-feira um acordo de cooperação que deverá facilitar o financiamento de obras e projetos entre essas nações. A iniciativa deve priorizar as áreas de energia e infraestrutura.
Os bancos de desenvolvimento dos quatro países se comprometeram em analisar "conjuntamente" formas de incentivar a concessão de crédito entre os BRICs.
Uma das possibilidades é de que, no futuro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possa financiar projetos ao lado dos respectivos bancos de China, Índia e Rússia.
Mais cedo, os países que formam o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) também divulgaram um comunicado conjunto da 4ª cúpula do grupo, em Brasília.
Sem grandes novidades, o documento reitera uma série de compromissos já firmados entre os três países em encontros anteriores, como a "cooperação" pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.