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No lançamento, Serra rechaça jogar oposição contra governo

10 abr 2010 - 15h08
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Lançado neste sábado pelo PSDB, José Serra rechaçou em seu primeiro discurso como pré-candidato à Presidência a tentativa de uma campanha plebiscitária proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o confronto com a ex-ministra Dilma Rousseff (PT).

Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, mostrou que vai utilizar o slogan "O Brasil Pode Mais", título de seu discurso e que já havia sido exibido pelo tucano na despedida do cargo de governador paulista no início do mês.

"Ninguém deve esperar que joguemos o governo contra a oposição, porque não o faremos. Jamais rotularemos os adversários como inimigos da pátria ou do povo. Em meio século de militância política nunca fiz isso. E não vou fazer. Eu quero todos juntos, cada um com sua identidade, em nome do bem comum", disse Serra na festa de lançamento da candidatura tucana realizada em um auditório lotado de políticos e militantes em Brasília.

Ele ainda acusou de "deplorável" quem, "em nome da política, tente dividir o nosso Brasil".

E foi claro no recado à candidatura governista: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles. Não cabe na vida de uma nação. Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão".

Serra propôs ainda "governar com todos, sem discriminar ninguém", sem "indagar a filiação partidária".

A proposta do presidente Lula é comparar na eleição os oito anos da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB (1995-2002), com o governo petista, que completará oito anos ao final de 2010. Declarações do presidente, da candidata Dilma e de petistas já vêm seguindo esta orientação.

Serra, que fez suspense nos últimos meses sobre sua decisão de concorrer à sucessão presidencial em outubro, admitiu que, durante uma eleição, "pode haver uma desavença aqui outra acolá, como em qualquer família" e por mais de uma vez classificou o pleito como uma caminhada "longa e difícil".

Ele criticou o atual estágio do setor de saúde, que classificou de estagnado, e destacou que lutará pela melhora na educação e na segurança pública.

"Tenho visto gente criticar o Estado mínimo, o Estado omisso. Concordo. Por isso mesmo, se tem área em que o Estado não tem o direito de ser mínimo, de se omitir, é a segurança pública", defendeu.

No lançamento, em que o PSDB está ao lado de seus aliados DEM e PPS, estão presentes o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves, que deixou o governo de Minas Gerais para concorrer ao Senado.

Aos 68 anos, Serra concorre pela segunda à Presidência da República. Em 2002, perdeu para Lula. No discurso, falou sobre sua trajetória. "Minha história pessoal está diretamente vinculada à valorização do trabalho, à valorização do esforço, à valorização da dedicação."

(Reportagem de Natuza Nery e Fernando Exman; Edição de Carmen Munari)

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