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Mundo

Zuma fecha campanha e diz que África do Sul é de todos

19 abr 2009 - 11h42
(atualizado às 11h44)
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Jacob Zuma, líder do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, afirmou neste domingo que o país pertence a todos, negros e brancos, em seu último discurso antes das eleições gerais de quarta-feira, diante do ex-presidente Nelson Mandela e de uma multidão em um estádio de Johannesburgo.

Mandela, 90 anos, com a saúde frágil, lembrou o ANC sobre suas obrigações: lutar contra a pobreza e construir uma sociedade não racial.

"Reiteramos que a África do Sul pertence a todos, negros e brancos. Trabalhando juntos, faremos com que nenhum sul-africano se senta menos apreciado que outros por sua raça, cultura ou religião", afirmou Zuma, que segundo as pesquisas será o próximo presidente da África do Sul, ao encerrar sua campanha em um estádio de Soweto.

Um total de 120.000 militantes do ANC, incluindo o ex-presidente e símbolo da luta contra o apartheid Nelson Mandela, se reuniram neste domingo no estádio Ellis Park, em Johannesburgo, para assistir o comício que encerrou a campanha de Zuma.

O ex-presidente Nelson Mandela fez uma de suas raras aparições públicas para apoiar o ANC.

Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul (1994-99) e Prêmio Nobel da Paz, foi aclamado pela multidão ao entrar no estádio, vetido com uma camiseta preta e amarela, as cores do ANC. O líder da luta contra o apartheid chegou ao local em um carrinho de golfe, acompanhado por Jacob Zuma.

O ANC havia informado que "Madiba", como Mandela é chamado, transmitiria uma mensagem de apoio ao partido no grande comício, mas a participação dele não havia sido anunciada.

"Devemos recordar que nossa primeira tarefa é erradicar a pobreza e garantir uma vida melhor para todos", afirmou Mandela, muito frágil para falar em público, em uma mensagem gravada.

"A responsabilidade histórica do ANC é conduzir nossa nação para a construção de uma sociedade unida e não racial", insistiu Mandela.

O ato de "Siyanqoba" (vitória em zulu) pareceu uma celebração antecipada, já que as pesquisas apontam que o ANC terá mais de 60% dos votos na quarta-feira, como aconteceu nas três eleições nacionais realizadas desde a instauração da democracia, em 1994.

Mais de 43% dos 48,5 milhões de habitantes da maior economia do continente vivem abaixo da linha da pobreza. O índice de desemprego chega a quase 40%, apesar do território sul-africano ser rico em minerais e metais preciosos.

Durante a campanha, Nelson Mandela, ícone da paz muito popular em todo o mundo, havia se limitado a uma breve aparição, sem qualquer discurso. Também não havia apoiado publicamente a candidatura de Jacob Zuma, um político polêmico que já teve muitos problemas com a justiça.

A justiça sul-africana, no entanto, suspendeu há pouco tempo as acusações contra Zuma por fraude e corrupção, sob a alegação de que o comandante da investigação havia cometido abuso de poder.

Mais de 23 milhões de sul-africanos estão registrados para eleger na quarta-feira os parlamentos provinciais e a Assembleia Nacional, cujos membros elegerão o presidente da República.

O ANC, fortalecido por uma legitimidade obtida na luta contra o apartheid, espera obter uma maioria de dois terços na Câmara.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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