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Mundo

Zelaya diz que proposta de diálogo de Micheletti é "manipulação"

23 set 2009 - 01h24
(atualizado às 02h40)
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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou que a oferta de diálogo feita pelo governante interino, Roberto Micheletti, é uma "manipulação" e o acusou de não ter vontade de resolver a crise que vive o país.

"Tudo isto é uma manipulação", indicou Zelaya em declarações a Rádio Globo e ao Canal 36, depois que Micheletti manifestou sua disposição a dialogar para solucionar a crise que vive o país se este reconhece as eleições marcadas para 29 de novembro e sem que isto signifique sua volta ao poder.

"Micheletti não tem vontade de resolver a crise do país. Honduras vive uma convulsão por causa do golpe de Estado. Os golpistas devem deixar de manipular a opinião pública, eu vim aqui para que o diálogo seja direto, para que não tenha comparsas, nem nenhum tipo de distúrbios", ressaltou o presidente deposto, que retornou a Honduras na segunda-feira e se encontra abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Zelaya disse que se não há "igualdade para todos", sem "perseguição" nas eleições gerais convocadas para o próximo dia 29 de novembro, não há trato. Zelaya indicou que não pretende retirar a justiça em seu país, diante das "supostas acusações" contra si por supostos delitos de corrupção, incluído o de "traição à pátria", que fez a Promotoria.

Acrescentou que responderá a essas acusações no momento em que ele seja chamado, mas que os membros do governo interino de Micheletti "não podem desconhecer que houve um golpe de Estado". "Eles negam que houve um golpe de Estado, o que também é um delito, e também eles têm que responder aos tribunais para responder por esse delito", contou Zelaya, que chegou de surpresa em Honduras 86 dias depois do golpe.

Zelaya também disse que está chamando a comunidade nacional e internacional e "as forças vivas da sociedade para que se inicie o diálogo para a reconstrução do sistema democrático do país e para que nunca mais volte a se desrespeitar e suplantar a soberania popular, que é o mais sagrado de uma democracia".

A comunidade internacional, que não reconhece ao regime de Micheletti, também assinalou que desconhecerá ao novo governo que surja das eleições, se Zelaya não for restituído no poder. Zelaya assumiu a Presidência de Honduras em 27 de janeiro passado para um período de quatro anos.

EFE   
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