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Xi promete política externa chinesa "aberta" e sem ameaças para os outros

5 dez 2012 - 12h15
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O novo secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCCh), Xi Jinping, prometeu nesta quarta-feira, em seu primeiro discurso sobre política externa, "uma abertura ainda maior" da China e assegurou que o auge do país não será produzido nas costas de outros.

Xi, nomeado secretário-geral do PCCh há três semanas e que se transformará no chefe de Estado chinês em março, apresentou as linhas mestras de sua política externa em reunião no Grande Palácio do Povo, em Pequim, realizada com acadêmicos e empresários estrangeiros, onde permitiu o acesso de um reduzido grupo de jornalistas estrangeiros.

Em seu discurso, o novo líder chinês, que substituirá Hu Jintao como presidente, quis lançar uma mensagem de tranquilidade à comunidade internacional ao assegurar que a China está "comprometida a um desenvolvimento pacífico" que não será produzido "às custas de outros".

"Se a China ganhar, não quer dizer que os outros vão perder", assegurou o secretário-geral, que insistiu que seu país "não é uma ameaça para o mundo".

Xi considerou que a China precisa "seguir sendo modesta e estar disposta a aprender com os outros" para continuar seu desenvolvimento, uma atitude que, segundo considerou, é a que lhe permitiu obter suas conquistas anteriormente.

Para cumprir suas metas de construção do país, a China assegurou que "se abrirá ainda mais em direção ao exterior".

Dados os problemas atuais do mundo, incluindo a "situação econômica global", nenhum país pode resolvê-los por si só. "É necessário que nos mantenhamos unidos, que colaboremos para resolvê-los", ressaltou o novo líder chinês.

Neste sentido, Xi indicou que "é necessário acomodar as aspirações de outros já que os países defendem seus interesses legítimos".

O discurso de Xi para expor sua política externa é produzido em momentos nos quais são endurecidas as tensões entre China e seus vizinhos nas disputas territoriais sobre arquipélagos do mar da China Oriental e do mar da China Meridional.

Além disso, a Índia também reprova a China, porque os novos passaportes dos cidadãos chineses incluam os territórios de Aksai Chin, uma zona disputada entre ambas as nações no Himalaia, e o estado de Arunachal Pradesh.

A reunião desta quarta é a primeira celebrada com especialistas estrangeiros de a nomeação de Xi, e nela os acadêmicos e empresários que discursaram insistiram na necessidade de acometer reformas em áreas como a educação, a pesquisa de meio ambiente e a seguridade social.

O discurso também chega depois que 134 prêmios Nobel de todo o mundo enviaram uma carta para Xi na qual pediram a libertação do dissidente chinês Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz de 2010.

O novo secretário-geral não fez referência alguma à carta nesta quarta, ou à questão dos direitos humanos em geral.

Desde sua nomeação como secretário-geral do Partido e presidente da Comissão Militar Central chinesa, Xi deu sinais de querer infundir um novo estilo à política chinesa.

Em um discurso na terça-feira perante a cúpula do PCCh, atacou a "ostentação" de muitos políticos chineses nos últimos tempos e que é uma das principais razões da impopularidade dos dirigentes entre a população do país.

Xi também considerou necessário um reforço da Justiça e o respeito à lei.

"Alguns oficiais abusaram de seu poder, não cumpriram com seus deveres, cometeram crimes e inclusive tem usado a lei para seu próprio benefício, o que manchou a imagem da autoridade legal e judicial do país", denunciou o novo líder.

Nessa reunião, o segundo grande encontro do Partido Comunista desde que Xi é secretário-geral, a formação acordou um novo regulamento para reduzir as despesas suntuárias.

Xi destacou, em diversas ocasiões, que "todos os cidadãos são iguais frente à lei e que os direitos humanos devem ser respeitados".

A China viveu um ano de vários escândalos de corrupção, um dos graves problemas do país que já foi destacado pelo saliente presidente Hu Jintao em seu discurso de abertura do XVIII Congresso do Partido Comunista (PCCh), quando alertou que estes casos poderiam "acabar com o Partido e o Estado". EFE

mv/ff

(foto)

EFE   
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