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Xi Jinping é consagrado como o líder da China para a próxima década

15 nov 2012 - 11h41
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O atual vice-presidente da China, Xi Jinping, foi consagrado nesta quinta-feira como o homem que vai liderar seu país nos próximos dez anos, ao ser nomeado secretário-geral do Partido Comunista (PCCh) e presidente da Comissão Militar Central.

Um Xi sorridente e, aparentemente, muito cômodo em frente às câmeras, puxou hoje a fila de membros do novo Comitê Permanente - principal órgão dirigente do PCCh - ao se apresentar à imprensa internacional como novo secretário-geral do Partido, substituindo o ainda presidente do país, Hu Jintao.

Xi também assume hoje a liderança da Comissão Militar Central, o principal órgão à frente das Forças Armadas, depois que Hu optou por renunciar a este posto.

Isso representa que o novo líder contará com uma maior capacidade de atuação no início de seu mandato da que teve Hu, cuja primeira etapa no poder ocorreu sob a sombra de seu antecessor, Jiang Zemin, depois que este se manteve à frente da Comissão Militar Central por mais dois anos após ter deixado a liderança do Partido.

Com o comando sobre o Partido e as Forças Armadas, Xi fica já à frente de dois dos três ramos em que está dividido o poder chinês. O terceiro, o Estado, ficará a seu cargo em março, quando a Assembleia Nacional (Legislativo) se reunir e lhe nomear novo presidente da China para o lugar de Hu, um momento que dará fim ao processo de transição da "quarta geração" de líderes comunistas para a quinta.

Como principal líder, Xi desempenhará um papel decisivo para decidir como a China responde a desafios como a crise econômica global - e seu próprio crescimento -, as desigualdades sociais, a forte poluição ou as disputas territoriais com seus vizinhos na região da Ásia Pacífico.

Em seu discurso de apresentação no Grande Palacio do Povo em Pequim, Xi prometeu que lutará "para tornar realidade o desejo do povo de uma vida melhor".

Ele admitiu que o Partido Comunista enfrenta uma série de grandes problemas, desde a "corrupção e aceitação de subornos" "à desconexão com o povo" e a "ênfase indevida na burocratização e as formalidades".

O Partido, considerou, pode "estar orgulhoso, mas não cair na complacência, e nunca dormirá nas vitórias".

O povo chinês deseja "uma melhor educação, empregos mais estáveis, maior renda e seguridade social, melhores cuidados da saúde, melhores condições de moradia e um meio ambiente melhor", declarou Xi.

Seu discurso marcou um forte contraste com o estilo de Hu, que em seus pronunciamentos públicos se limitava a ler em um tom monótono textos previamente revisados dezenas de vezes.

Xi, pelo contrário, utilizou uma linguagem corrente, longe da retórica comunista favorecida por Hu, com uma pronúncia sem sotaque - seus antecessores sempre tiveram tons regionais -, e olhou constantemente para seus interlocutores, os jornalistas chineses e estrangeiros.

Por enquanto, ainda não se sabe qual caminho o novo líder chinês e o Comitê Permanente nomeado hoje vão adotar.

Embora sua chegada ao poder fosse dada cmo certa pelos cidadãos comuns chineses há anos, até o momento Xi havia optado por não dar indícios sobre quais são suas intenções para o futuro para não incomodar nenhuma das facções comunistas que pactuaram sua nomeação. Assim, não há pistas se ele optará pelo caminho das reformas - e nesse caso, quais - ou preferirá manter as coisas como estão.

O sistema existente não encoraja as mudanças. A necessidade de pactuar as decisões entre os membros do Comitê Permanente dilui a possibilidade de reformas profundas, um inconveniente que se tentou atenuar, pelo menos parcialmente, com a redução do número de integrantes de nove para sete.

E o perfil dos novos membros, a princípio mais conservador, também não leva a pensar em mudanças radicais. Além de seu "número dois", Li Keqiang, de perfil mais moderado, ficaram integradas personalidades como Zhang Dejiang, de 66 anos e formado na Coreia do Norte, e Liu Yunshan, de 65, à frente do Departamento de Propaganda.

Mesmo assim, nas redes sociais os cidadãos chineses encontravam razões para ver na substituição uma melhora: "Finalmente um homem que fala normal" era um dos comentários mais repetidos após seu discurso. EFE

mv/id

(foto)

EFE   
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