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Menina aparece com metralhadora em vídeo e gera controvérsia

Criança, que parece ter entre seis e sete anos, diz já ter matado 400 combatentes do Estado Islâmico

23 abr 2015 - 12h14
(atualizado às 14h06)
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Foto: BBC Mundo / Copyright

O vídeo de uma menina curda disparando uma metralhadora pipocou em sites da imprensa internacional e nas mídias sociais, levantando preocupações sobre táticas de propaganda usadas por grupos guerrilheiros.

As imagens sugerem que grupos curdos que combatem o “Estado Islâmico” estariam usando as mesmas técnicas de propaganda usadas pelo grupo extremista “Estado Islâmico” - com imagens de crianças realizando tarefas de combatentes.

A menina parece ter entre seis e sete anos. Ela conversa com um adulto que não aparece na gravação, possivelmente o seu pai, que pergunta a ela quantos combatentes do grupo autodenominado “Estado Islâmico” ela matou.

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"Quatrocentos", diz ela, falando no dialeto curdo da região de Sulaymaniyah, no norte do Iraque.

Em seguida, a menina inclina-se sobre a metralhadora, maior do que ela, e com as duas mãos, dispara. Os tiros ecoam no deserto e o homem por trás da câmera grita: "Mate! Mate!"

A filmagem impressionante parece ter surgido pela primeira vez em meados de janeiro numa página do Facebook dedicada a vídeos pró-curdos e, pouco depois, surgiu num canal do YouTube chamado "YPG curdo".

O YPG, ou Unidades de Proteção do Povo, é o braço armado do Partido de União Democrática curdo na Síria.

A página "YPG curdo" contém vários outros vídeos que elogiam famosos batalhões de combate de mulheres curdas, além de gravações gerais, entre elas sobre como cozinhar batatas.

Não se sabe o quão popular o vídeo era antes do site de notícias sociais Vocativ dar atenção à gravação há uma semana - e, em seguida, diversos outros órgãos da imprensa.

Militantes do “Estado Islâmico”, que controlam amplas áreas da Síria e do Iraque, têm cada vez mais usado crianças em seus vídeos de propaganda.

Mas este vídeo pode ser um sinal de que grupos curdos estariam usando crianças como parte de uma nova estratégia de propaganda?

Provavelmente não, segundo o analista de mídia Hiwa Osman. "Acho que este é um incidente isolado", disse ele à BBC Trending, por telefone, da cidade iraquiana de Irbil.

"Não vi outros filmes como este - as fotos mais militarizadas que vi são de crianças vestidas com uniforme dos Peshmerga (combatentes iraquianos curdos) para comemorações".

Segundo ele, líderes curdos do norte do Iraque têm evitado replicar técnicas usadas pelo Estado Islâmico.

"Após um ataque frustrado do EI em Kirkuk, um dos combatentes caiu nas mãos do público, e as pessoas que o capturaram estavam revoltadas e o degolaram".

"Líderes militares e políticos na área repudiaram a decapitação fortemente. Eles não querem ser vistos como usando as táticas do EI".

O autor da página do Facebook na qual o vídeo foi originalmente publicado disse não ter nenhum parentesco curdo. Ele mora em Gaza e disse simplesmente admirar combatentes curdas. Ele também tem blogs e sites dedicados ao Exército russo e outras forças de combate.

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