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Mundo

Venezuela faz primeira ligação de Cuba por fibra óptica

18 jan 2011 - 18h47
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A Venezuela irá conectar Cuba a uma linha de fibra óptica de alta velocidade, no mês que vem, contornando assim as sanções dos Estados Unidos que proíbem a ilha de ter acesso aos cabos submarinos vizinhos, disse o chefe do projeto na terça-feira.

Um navio francês começará a instalar no sábado a linha de 1.600 quilômetros, que deve chegar em 8 de fevereiro à costa leste cubana, segundo Wilfredo Morales, presidente da empresa Telecomunicaciones Gran Caribe, uma sociedade cubano-venezuelana que será dona da linha.

"Este é um projeto que consideramos de alta importância estratégica para a região... Será operada por técnicos dos nossos países, e não seremos dependentes de nenhum interesse econômico ou de outro tipo de nenhum Estado ou império", disse Morales em entrevista à Radio Rebelde, uma emissora estatal cubana.

Venezuela e Cuba são grandes aliados, tendo em comum a inimizade com os EUA. Os dois governos já formaram cerca de 50 joint-ventures, e Caracas oferece petróleo subsidiado aos cubanos, em troca do envio de médicos e de outros tipos de assistência.

O governo venezuelano, comandado pelo socialista Hugo Chávez, já financiou vários projetos voltados para a "soberania de telecomunicações" na América Latina, como a Telesur, um canal regional de TV, e softwares para usos industriais. Há planos para ampliar o novo cabo de comunicações para a Jamaica e outros países.

Cuba é uma das sociedades menos conectadas da América Latina, e o acesso à Internet é limitado a autoridades, empresas, acadêmicos e alguns outros profissionais.

Havana alega que as sanções dos EUA impedem o uso de muitos cabos submarinos na área, obrigando o país a recorrer a custosas e lentas conexões por satélite à Internet.

O projeto da linha de fibra óptica, com um investimento de 70 milhões de dólares, deve estar totalmente operacional até julho, e dará a Cuba uma velocidade de transmissão de dados de 640 gigabytes, cerca de 3.000 vezes mais do que a atual.

Mas as autoridades dizem que problemas financeiros e tecnológicos restringirão a ampliação do uso da rede mundial de computadores em curto prazo, e que os moradores terão de continuar dependentes das conexões em LAN houses, locais de trabalho e escolas.

Uma subsidiária da empresa francesa Alcatel-Lucent fornecerá os cabos. O navio francês Île de Batz fará a instalação da linha, que terá menos de 10 por cento de componentes norte-americanos, respeitando assim as especificações no embargo norte-americano a Cuba.

No entanto, por causa do embargo, o navio não poderá atracar nos Estados Unidos durante um período de seis meses após deixar a ilha.

(Reportagem de Rosa Tania Valdes)

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