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Venezuela estreia no Mercosul e realiza sonho de Hugo Chávez

4 dez 2012 - 19h10
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A Venezuela estreia como membro pleno do Mercosul após sua polêmica incorporação ao bloco pela suspensão temporária do Paraguai com o desafio de se sincronizar ao bloco econômico, que tem uma importância estratégica para o presidente do país, Hugo Chávez.

Foi preciso esperar seis anos, mas o sonho do líder venezuelano se tornará realidade nesta sexta-feira, quando seu país deixará de participar com o status de membro associado e passará a fazê-lo como membro pleno na Cúpula Presidencial do Mercosul, em Brasília.

A presença de Chávez é incerta, embora no começo do mês ele tenha anunciado que, "com a ajuda de Deus", lideraria a missão venezuelana. Uma nova viagem a Cuba para se submeter a um tratamento especial contra seu câncer põe em dúvida sua participação no encontro.

Porém, com ou sem Chávez, a cúpula de Brasília marcará um antes e depois para o Mercado Comum do Sul, um bloco econômico fundado em 1991 por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que somado se transforma na "quinta maior economia mundial", à espera de cancelar a suspensão temporária do Paraguai, presumivelmente após as eleições de abril de 2013.

A reunião também vai marcar o retorno da Venezuela a um sistema de integração econômica regional após sua saída da Comunidade Andina (CAN), em abril do ano passado.

Chávez tomou a decisão de sair do bloco andino em 2006 por suas divergências com o Peru e a Colômbia, que então negociavam Tratados de Livre-Comércio com os EUA

Apesar de contar com vastas reservas petrolíferas - as maiores do mundo, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) - e amplos recursos em mineração, a entrada da Venezuela ao bloco não foi fácil.

Caracas solicitou em dezembro de 2005 sua incorporação como membro pleno, e a negociação foi feita em tempo recorde graças à sintonia política entre os governos da região: o texto do protocolo de adesão ficou pronto no final de maio de 2006, e foi assinado pelos presidentes em julho desse ano.

Apesar da rapidez presidencial e da maioria dos parlamentos do bloco, o Senado paraguaio, dominado pela oposição ao ex-presidente Fernando Lugo, se tornou a pedra no sapato da Venezuela, ao rejeitar sua aprovação alegando supostas atitudes antidemocráticas por parte de Chávez.

Após anos de pressões, os presidentes do bloco, reunidos em 29 de junho deste ano na cidade argentina de Mendoza, aprovaram a incorporação da Venezuela após a suspensão temporária do Paraguai pelo julgamento político que levou ao impeachment de Fernando Lugo.

Um mês mais tarde, em Brasília, onde o acordo foi formalizado, Chávez disse que a Venezuela "tinha que estar há muito tempo" no bloco, e destacou a importância histórica e geopolítica do fato, sendo essa uma das poucas viagens que o líder fez depois que descobriu que sofria de câncer, em junho do ano passado.

Na Venezuela, oposição e empresários receberam com cautela e certo temor o assunto.

O ex-candidato presidencial e líder da oposição, Henrique Capriles, disse considerar que o Mercosul "pode ser uma grande oportunidade" para o país, desde que seja modificado o atual modelo econômico da Venezuela e que o país seja prioritariamente exportador, e não dependente das importações. EFE

csc/id

EFE   
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