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Mundo

Venezuela afirma que América Latina deve optar entre "socialismo ou barbárie"

3 ago 2013 - 16h28
(atualizado às 16h32)
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O Foro de São Paulo prestou homenagem neste sábado ao líder bolivariano Hugo Chávez, durante uma jornada na qual a Venezuela pediu à esquerda latino-americana que opte entre "o socialismo" ou a "barbárie", pois as "terceiras vias não existem".

O segundo dia do XIX período de sessões do foro, fundado em 1990 e no qual participa uma centena de partidos de esquerda da América Latina se dedicaram a debater a obra e o pensamento de Hugo Chávez, morto em 5 de março vítima de um câncer na região pélvica.

A delegação venezuelana no ato foi liderada por Adán Chávez, irmão do falecido presidente e governador do estado de Barinas, no qual ambos nasceram.

No discurso mais crítico com a própria esquerda que se ouviu até agora nos debates realizados em São Paulo, o irmão de Chávez expressou seu "respeito" porque no próprio foro e dentro da esquerda defender linhas políticas moderadas.

Mas, no entanto, o irmão do ex-líder venezuelano afirmou que "no mundo se mantêm dois sistemas que são antagônicos: o capitalismo e o socialismo. Um encarna a destruição. O outro, a construção", sustentou.

Subindo o tom, embora sem chegar aos níveis de fervor que alcançava seu falecido irmão, Chávez disse que "há que siga falando das terceiras vias, mas isso não existe. É socialismo ou é barbárie", sentenciou no meio da ovação que o brindou a grande maioria dos 600 delegados presentes no ato.

Chávez lembrou que seu irmão, em uma anterior reunião do Foro de São Paulo, exigiu aos partidos da esquerda latino-americana que estabelecessem pontos mínimos de acordos e um "plano estratégico" para avançar rumo ao socialismo, mas lamentou que isso ainda não foi concretizado.

"Nos falta planejamento. Nos falta estratégia. Como Chávez então, digo agora: onde está o plano?", interrogou o dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Adán Chávez afirmou que, assim como seu irmão decidiu antes de morrer, "o povo venezuelano fez Nicolás Maduro presidente", que está agora "na vanguarda da luta revolucionária" e "decidido a dar continuidade à revolução bolivariana" e a mantê-la "ao serviço da Venezuela" e da "unidade latino-americana".

No entanto, Chávez insistiu que falta "um plano" para que o "anel de unidade" de Hugo Chávez concretize-se. Como primeiro passo, propôs que sejam programadas "ações concretas" para "vincular efetivamente" os diversos mecanismos de integração que existem na região.

"Chávez nos deixou uma mala carregada de sonhos e projetos, mas é preciso seguir enchendo-a, pois aí cabem todos os sonhos de toda a nossa América", afirmou.

Sobre a "obra interminada" de Hugo Chávez, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia, sustentou que os partidos da esquerda latino-americana devem levá-la adiante e "fazê-la realidade".

Em relação às "tarefas pendentes", o assessor da presidente Dilma Rousseff citou a "transformação produtiva" da Venezuela e a concretização do "sonho (latino-americano) de verdadeira independência".

Enquanto o debate era realizado, um grupo de cerca de 15 pessoas se posicionou em frente ao hotel onde reúne-se o Foro de São Paulo para protestar contra a reunião e, em particular, contra o Partido dos Trabalhadores (PT), no Governo no Brasil.

"Fora PT", "Fora Foro", "Porcos comunistas", diziam alguns dos cartazes mostrados pelos manifestantes, que ficaram cerca de uma hora na frente do hotel e se dispersaram sem incidentes.

O Foro de São Paulo terminará amanhã, com um ato no qual discursará o presidente da Bolívia, Evo Morales, convidado especialmente pelo fato da próxima edição ser realizada em 2014 na cidade boliviana de Cochabamba.

EFE   
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