Veja a semana no mundo em fotos, de 26 de janeiro a 1º de fevereiro

No sábado, 26 de janeiro, violentos protestos terminaram com a morte de mais de 30 pessoas no Egito após a Justiça do país recomendar pena de morte para 21 acusados do massacre de Port Said, em 1º de fevereiro do ano passado, quando 74 pessoas morreram e 254 ficaram feridas num enfrentamento de torcedores de dois clubes. Entre os mortos nos protestos do sábado, estavam um jogador de futebol e um ex-atleta. Os distúrbios levaram o presidente Mohammed Mursi a declarar estado de emergência nas províncias de Port Said, Suez e Ismailiya, onde protestos favoráveis e contrários à decisão da Justiça foram registrados.

Também no sábado, autoridades venezuelanas divulgaram o balanço de pelo menos 50 pessoas morreram e 90 ficaram feridas durante um motim em uma prisão do país, ocorrido na sexta-feira. A penitenciária de Uribana, localizada no estado de Lara (noroeste), estava superlotada e essa situação gerou a revolta dos presos.

No domingo, 27 de janeiro, manifestantes tomaram as ruas de Paris para demonstrar apoio à legalização do casamento e da adoção de casais gays na França. A lei, uma promessa de campanha de François Hollande, começou a ser debatida no parlamento na terça-feira. No dia 13, um protesto contra a proposta que dá os mesmos direitos a casais gays e heterossexuais reuniu milhares de franceses nas ruas de Paris.

Também no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, agradeceu o "papel extraordinário" de Hillary Clinton, ao elogiá-la como "um dos melhores secretários de Estado" que o país teve, durante uma entrevista conjunta na rede CBS. "O principal é que eu simplesmente queria ter a oportunidade de dizer 'obrigado' publicamente", disse Obama, em trechos divulgados pelo programa 60 Minutes, ao explicar por que aceitou fazer sua primeira entrevista conjunta com Clinton. Hillary deu lugar ao senador John Kerry na secretaria de Estado do país. Durante a entrevista, a ex-secretária descartou que vá concorrer à presidência em 2016, embora tenha dito que nem ela nem Obama podem fazer prognósticos sobre o futuro.

Na segunda-feira, 28 de janeiro, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, leu uma carta do presidente Hugo Chávez na cúpula de países da América Latina, do Caribe e da União Europeia em Santiago, no Chile. No documento, Chávez saudava Cuba, que assumia a presidência da Celac (Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos). "A América Latina e o Caribe estão dizendo aos Estados Unidos com uma só voz que todas as tentativas de isolar Cuba fracassaram e fracassarão", dizia a mensagem. Além de denunciar o "vergonhoso bloqueio" de Cuba por parte dos Estados Unidos, Chávez trouxe novamente à tona a questão das Malvinas. "Hoje ratificamos a denúncia à (...) militarização progressiva das Ilhas Malvinas."

Na terça-feira, 29 de janeiro, o Senado dos Estados Unidos aprovou por ampla maioria a nomeação de John Kerry, 69 anos, para o a chefia do Departamento de Estado, substituindo Hillary Clinton, que deixa o governo após uma gestão de quatro anos. Noventa e quatro senadores votaram a favor e três contra, após um primeiro voto favorável em uma comissão durante a manhã. A designação conseguiu a aprovação do Senado em questão de dias, dado o claro apoio bipartidário ao veterano democrata, que passou 28 anos no Senado. Kerry - senador por Massachusetts e conhecido fora dos Estados Unidos por sua tentativa frustrada de chegar à Casa Branca em 2004 - foi nomeado no mês passado por Obama para assumir a posição de Hillary como chefe da diplomacia americana.

A Síria reclamou na Organização das Nações Unidas (ONU) por causa do ataque aéreo israelense a um centro de pesquisa militar em Damasco, que teria ocorrido na madrugada de quarta-feira, dia 30 de janeiro. O governo sírio advertiu, já na quinta-feira, que tem o direito de se defender e responsabilizou Israel e os Estados que o protegem no Conselho de Segurança pelas consequências da agressão. O ataque foi criticado pela Rússia, pelo Irã e pela Liga Árabe. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que está preocupado com o ocorrido e chama todos os envolvidos a evitar tensões. O bombardeio causou a morte de duas pessoas, segundo os sírios. Este foi o primeiro ataque israelense contra a Síria desde 2007. Em março de 2011 começou a revolta popular contra o presidente Bashar al-Assad que, depois, se transformou em guerra civil, mas sem intervenções externas.

Na quinta-feira, dia 31 de janeiro, um relatório de analistas independentes solicitado pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU exigiu que Israel inicie de forma imediata o desmantelamento de todos os assentamentos de colonos nos territórios palestinos ocupados. Reagindo de modo imediato ao relatório, Israel rejeitou suas conclusões e afirmou que as mesmas "dificultam os esforços de paz". O trabalho, que será apresentado em 18 de março aos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos, também urge o Estado hebreu a "garantir uma adequada, eficaz e rápida solução para todas as vítimas palestinas pelos danos que sofreram em consequência das violações dos direitos humanos resultantes da colonização".

Ainda na quinta, um incêndio atingiu uma torre da empresa de petróleo Pemex, deixando pelo menos 32 mortos e 120 feridos. O episódio ocorreu na Cidade do México. As causas do incidente ainda são desconhecidas

Na sexta-feira, Hillary Clinton confirmou o prometido e entregou o cargo de Secretária de Estado. Ovacionada, discursou para colegas de trabalho e defendeu os esforços por um mundo melhor em "tempos complexos". Ela será substituída pelo senador democrata John Kerry