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Unesco assinala que educação feminina continua em desvantagem

12 out 2015 - 00h23
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Um novo relatório da Unesco divulgado neste domingo mostra que menos da metade dos países conseguiram a paridade de gênero na educação e há cerca de 62 milhões de meninas excluídas nesse sentido.

"Educar uma menina é educar uma nação. Este ato desencadeia um efeito expansivo que muda o mundo, sem dúvida em sentido positivo", afirmou a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, em comunicado que anuncia a divulgação do relatório.

O relatório, por causa do Dia Internacional da Menina, foi focado no ensino primário e secundário ao redor do mundo.

Cada país devia ter conseguido a paridade em ambos os períodos educativos rumo até 2005, mas atualmente a educação feminina continua sem ser realidade para 62 milhões de meninas.

Bokova também explicou que a educação feminina é vital para poder mudar a posição das mulheres no plano socioeconômico.

"Recentemente fixamos uma nova e ambiciosa agenda para conseguir um futuro sustentável. Este empenho não terá sucesso se as meninas, as jovens e as mães não chegarem a ser mulheres instruídas e com poder", assegurou Bokova.

O relatório, compilado pela equipe encarregada do Relatório de Acompanhamento da Educação Para Todos, mostra que a violência de gênero em países de baixo desenvolvimento é uma das piores manifestações da discriminação de gênero e atrasa o sucesso das conquistas educacionais.

De maneira similar, o casamento precoce continua sendo uma barreira para a educação das mulheres. Em 2012, quase uma de cada cinco mulheres que se casou tinha entre 15 e 19 anos de idade.

A equipe encarregada do relatório construiu uma ferramenta interativa on line para mostrar a amplitude das diferenças de gênero em diferentes contextos.

Indica, por exemplo, que na África Subsaariana as meninas das famílias mais pobres têm nove vezes mais probabilidades de nunca ter ido à escola que as crianças das famílias mais ricas.

Nos estados árabes um quinto das meninas mais pobres nunca foram à escola, em comparação com a décima parte das crianças mais pobres.

No entanto, na América Latina e no Caribe são os meninos que estão em desvantagem. Somente 55 % dos meninos das zonas rurais completam o ensino secundário, em comparação com 63% das meninas que o alcançam.

Segundo o diretor do relatório, Aaron Benavot, é necessário medir a educação das mulheres em relação à dos homens por falta de outros meios.

"Este objetivo nunca será alcançado se não agirmos nas raízes do desequilíbrio: as barreiras sociais e os usos discriminatórios arraigados", diz Benavot.

Ele também ressaltou que o conceito de "igualdade" deve ser ampliado para poder se conseguir os mesmos níveis em educação.

"A menos que comecemos a conceber a igualdade com um critério muito mais amplo, as meninas e as mulheres nunca poderão colher todas as vantagens da educação", acrescentou.

EFE   
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