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Um morto e alguns feridos em confrontos na Tunísia

19 mai 2013 - 20h07
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Um manifestante morreu e uma quinzena de policiais e militantes ficaram feridos durante confrontos entre partidários do movimento jihadista Ansar Ashariaa e forças de segurança. A confusão ocorreu neste domingo (19), em Túnis, após o congresso do grupo salafista na cidade de Kairouan ter sido proibido.

"Quinze policiais ficaram feridos, três gravemente, um dos quais está em reanimação. Três manifestantes ficaram feridos e um morreu", declarou o porta-voz do ministério do Interior, Mohamed Ali Arui.

O hospital Mongi Slim identificou o falecido como Moez Dahmani, nascido em 1986, e informou que tinha falecido após ser atingido por um disparo.

Segundo o premier tunisiano, Ali Larayedh, o movimento salafista Ansar Ashariaa, centro dos confrontos deste domingo em Túnis, está "envolvido no terrorismo".

O primeiro-ministro utilizou pela primeira vez o termo para qualificar o grupo considerado próximo à Al-Qaeda.

"Ansar Ashariaa é uma organização ilegal que desafia e provoca a autoridade do Estado", disse Larayedh à televisão estatal antes de viajar ao Qatar.

O grupo "tem relação e está envolvido com terrorismo", afirmou o premier, que pertence ao partido islamita Ennahda, líder do governo da Tunísia.

De acordo com a supervisora geral do hospital Mongi Slim de la Marsa, Mounira Ben Ghazi, a vítima seria Moez Dahmani, nascido em 1986. Ela afirmou que a morte foi provocada por ferimentos de bala. A morte foi confirmada pelas autoridades tunisianas.

Com a proibição do congresso na cidade de Kairouan, a 150 km da capital tunisiana, o grupo Ansar Ashariaa, tido como próximo à Al-Qaida, convocou os partidários para uma reunião no bairro de Ettadhamen, reduto salafista a 15 km de Túnis.

Os confrontos eclodiram no início da tarde e seguiram para o bairro vizinho de Intikala, onde centenas de manifestantes munidos de pedras, armas brancas e coquetéis Molotov se esconderam após terem sido coagidos por tiros de advertência e gás lacrimogêneo. As forças de segurança também usaram tratores e canhões.

Por volta das 19h00 locais (15h00 de Brasília), alguns confrontos esporádicos ainda eram registrados. De acordo com um jornalista da AFP, a polícia conseguiu retomar o controle dos bairros atingidos pela violência.

Segundo uma fonte de segurança no local, 70 militantes salafistas foram detidos em Kairuán. Nenhum número preciso foi divulgado sobre as detenções em Túnis, embora o ministério do Interior já tenha informado sobre "várias dezenas de detenções de bandidos e salafistas" em todo o país.

O governo tunisiano, dirigido pelo partido islamita Ennahda, proibiu o congresso do Ansar Ashariaa em Kairouan por acreditar se tratar de uma "ameaça" à segurança local.

O grupo salafista diz ter cerca de 40 mil partidários, número não confirmado pelas autoridades. Ligado ao movimento islamita radical, o grupo é acusado de ser autor de alguns dos ataques mais graves no país.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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