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Tunísia: presidente pede fim dos disparos contra manifestantes

13 jan 2011 - 17h58
(atualizado em 14/1/2011 às 17h15)
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O presidente da Tunísia, Zine El Abdine Ben Ali disse nesta quinta-feira ter pedido o fim dos tiros disparados contra manifestantes, prometendo, em discurso à nação, liberdade "total" de informação no país e no acesso à internet. Também anunciou não ter a intenção de brigar por um novo mandato.

O presidente Zine al-Abidine Ben Ali pediu prometendo, em discurso à nação, liberdade "total" de informação no país
O presidente Zine al-Abidine Ben Ali pediu prometendo, em discurso à nação, liberdade "total" de informação no país
Foto: Reuters

Confessou, de maneira inesperada, que havia sido "enganado" na análise da crise social que agita a Tunísia há cerca de um mês, afirmando que a investigação ordenada de agora em diante será independente e estabelecerá "responsabilidades". Zine El Abdine Ben Ali, no poder desde 1987, reeleito em 2009 para um mandato de cinco anos, havia sido solicitado por seu partido a se apresentar novamente em 2014.

Antes do pronunciamento, a presidente da Federação Internacional das Ligas de Direitos Humanos (FIDH), Souhayr Belhassen, informou que possui uma lista e 58 pessoas, com nome e sobrenome, que morreram desde o início dos distúrbios em Túnis, e aos quais se somam os oito mortos na noite de quarta.

"É uma matança que continua. A prioridade hoje é deter essa matança", afirmou. Entre os mortos da noite de quarta, está uma cidadã suíça de origem tunisiana, segundo informou nesta quinta-feira o ministério suíço das Relações Exteriores (DFAE).

Já a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, pediu na quarta-feira ao governo da Tunísia a realização de investigações "independentes" sobre o "uso excessivo" da força por parte de seus serviços de segurança. "Informações sugerem que a maioria das manifestações foram pacíficas e que as forças de segurança reagiram com força excessiva contrária aos padrões internacionais", explicou Pillay em comunicado.

"É imperativo que o governo faça uma investigação transparente, crível e independente sobre a violência e as mortes", acrescentou. Tumultos de origem social sacodem a Tunísia há quatro semanas, deixando 21 mortos, segundo as autoridades, e mais de 50, segundo fonte sindical.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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