PUBLICIDADE

África

Tunísia deporta ativistas durante julgamento de integrantes do Femen

Julgamento das três membros do grupo feminista começou hoje e teve próxima audiência adiada para o dia 12; defesa criticou o processo

5 jun 2013 - 12h31
(atualizado às 14h37)
Compartilhar
Exibir comentários
Amina é acusada de profanação do espaço sagrado de um cemitério e de atentado contra os bons costumes
Amina é acusada de profanação do espaço sagrado de um cemitério e de atentado contra os bons costumes
Foto: AFP

O Ministério do Interior da Tunísia informou nesta quarta-feira que três supostas ativistas europeias do grupo feminista Femen foram expulsas do país africano ao longo das últimas 24 horas. A deportação ocorre por ocasião do julgamento de outras três intergantes do mesmo grupo, acusadas de atentar contra a "moral pública" por conta de protesto ocorrido em Túnis no dia 29 de maio.

De acordo com um breve comunidado do Ministério, as três ativistas são duas ucraniananas e uma bielorrussa. Elas foram expulsas entre essa terça e esta quarta pela informação de que participariam de um protesto hoje na capital do país. "A medida foi tomada quando se confirmou sua intenção de protestar contra o Pálacio de Justiça de Túnis tirando a roupa durante o julgamento de três estrangeiras" da organização Femen.

A nota do grupo se referia às duas ativistas francesas e à alemã que estão detidas em Túnis após mostrar os seios nus em solidariedade à tunisiana Amina Tyler. Elas compareceram hoje perante um juiz no início do processo no qual são acusadas de "atentar contra o pudor, os bons costumes e a moral pública".

Adiamento e críticas ao processo

O juiz convocou a segunda sessão para o próximo dia 12 de junho (inicialmente, havia sido informado que o processo seria retomado no dia 19 do mesmo mês). A próxima etapa do julgamento "foi adiada para 12 de junho e o pedido de liberdade condicional para as três mulheres foi rejeitado", informou Souheib Bahri, advogado de umas das acusadas..

O juiz adiou o processo a pedido de várias organizações islamitas que desejam constituir um grupo de acusação civil. Patrick Klugman, que viajou de Paris para representar o movimento e as famílias das três acusadas, denunciou esta decisão.

"O tribunal, que não concedeu o direito à palavra às mulheres do Femen, deu razão às associações salafistas que não estão nem mesmo envolvidas neste processo", denunciou Klugman. "Viemos de Paris para acompanhar o julgamento. Este julgamento não aconteceu, a justiça não foi feita porque elas não foram libertadas e não foram ouvidas".

As três integrantes do Femen foram detidas no último dia 29 após protagonizar um protesto o véspera do primeiro julgamento aberto contra a tunisiana Amina, julgada na cidade de Kairouan, 160 quilômetros ao sul de Túnis. As três ativistas europeias podem ser sentenciadas a pelo menos meio ano de prisão.

Amina, que em 30 de maio foi condenada a pagar de uma multa de 300 dinares (R$ 390) por portar um spray defensivo, comparece hoje novamente em tribunal em Kairouan. A jovem de 19 anos é acusada de "profanação do espaço sagrado de um cemitério" e de "atentado contra os bons costumes" por ter pintado sobre o muro de um cemitério o nome da organização Femen.

Com informações de EFE e AFP.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade