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Tsunami pode ter causado até 500 mortos na Indonésia

28 out 2010 - 16h24
(atualizado às 16h40)
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O tsunami que golpeou o arquipélago indonésio causou provavelmente a morte de 500 pessoas, estimaram nesta quinta-feira as autoridades.

Ilha de Pagai do Norte ficou totalmente destruída; ajuda começou a chegar três dias após o terremoto
Ilha de Pagai do Norte ficou totalmente destruída; ajuda começou a chegar três dias após o terremoto
Foto: AP

A este trágico número acrescenta-se o de outra catástrofe natural que atingiu nesta semana a Indonésia, a erupção do vulcão Merapi, que fez 32 mortos.

A última hora do dia, as autoridades contabilizavam 370 mortos e 338 desaparecidos pelo tsunami.

"Mas é provável que dois terços dos desaparecidos tenham sido arrastados pelo mar", declarou um funcionário do serviço de emergência, Ade Edward.

"Sobrevoando a zona, ontem, vimos muitos corpos. Cabeças e pernas que saíam da areia, corpos pendurados em árvores", contou.

As buscas se complicam devido ao isolaminto das aldeias de pescadores disseminadas pelo litoral das Mentawai - um conjunto de ilhas em frente a Sumatra.

O presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono visitou o local nesta quinta-feira para reconfortar os sobreviventes e supervisionar a chgada de comida, água e medicamentos.

O material de socorro e ajuda começou a chegar às zonas mais afetadas das ilhas Mentawai, três dias depois do terremoto seguido por tsunami.

Um navio com alimentos, água e remédios chegou nesta quinta-feira a Sikakap, na ilha de Pagai do Norte, onde a falta de estradas em bom estado e os problemas de comunicação prejudicam muito as operações de emergência.

No porto, centenas de habitantes eram atendidos, sobretudo por ferimentos provocados pela passagem das sucessivas ondas gigantes que avanaçaram até 600 metros terra adentro.

Todos os moradores relatavam a brutalidade da catástrofe. O tsunami veio apenas 10 minutos depois do terremoto de 7,7 graus de magnitude, quando era de noite e chovia.

"Ouvimos uma explosão quando chegou a primeira onda", contou Chandra, de 20 anos. A jovem conseguiu sobreviver, segundo ela, "por milagre, graças ao tronco de um coqueiro". Mas não o marido, cujo corpo foi localizado, nem seu bebê, que continua desaparecido.

No vilarejo de Muntei Baru Baru, onde restaram apenas as fundações das casas, os sobreviventes disseram não ter sido avisados, apesar do alerta de tsunami emitido pelas autoridades logo após o terremoto.

Um sistema sofisticado e caro de alerta foi instalado ao longo da costa de Sumatra após o terrível tsunami de dezembro de 2004, que matou mais de 220.000 pessoas em vários países asiáticos.

Mas as autoridades reconhecem que o sistema não está disponível nas ilhas Mentawai, onde muitos vilarejos não contam com energia elétrica.

A mais de 1.000 km das Mentawai, a população prestou uma última homenagem às 32 vítimas fatais da erupção do vulcão Merapi, a outra catástrofe natural que afetou a Indonésia esta semana.

Vinte dos 32 mortos foram enterrados juntos. Alguns corpos não foram identificados, já que foram completamente desfigurados pelas cinzas incandescentes expelidas pelo vulcão na terça-feira.

Uma cerimônia privada foi organizada para aquele que, segundo os indonésios, personificava o Merapi, o "avô" Marijan, que era o "guardião espiritual" da montanha. Ele faleceu aos 83 anos depois que se recusou a abandonar a casa em que morava, apesar dos riscos da erupção.

O balanço da tragédia poderia ter sido muito maior sem a ordem de retirada emitida na segunda-feira pelas autoridades para as 19.000 pessoas que moram nas proximidades do vulcão.

Nesta quinta-feira, o Merapi, considerado o vulcão mais ativo da Indonésia, voltou a entrar em erupção e expeliu cinzas e nuvens de gases.

"Registramos uma nova erupção vulcânica moderada. A ameaça permanece", declarou um dos funcionários do governo que atua na vigilância dos vulcões, Surono.

A cratera do vulcão, de 2.914 metros de altura e situada no coração de uma região muito povoada da ilha de Java, lançou nuvens de gases com magma e cinzas, segundo o vulcanologista.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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