PUBLICIDADE

Mundo

Touro bravo: da criação à seleção para touradas ou festas

26 set 2011 - 16h21
Compartilhar
Érica Chaves
Direto da Espanha

A maioria das fazendas divide a criação entre o gado de corte (destinado ao abate) e o touro bravo (criado para touradas e festas de rua). Dividindo a produção, os fazendeiros podem lidar melhor com alguma crise em um dos dois setores.

Jovem bezerro de poucos é observado por fazendeiro: caminho de cinco anos até a profissão
Jovem bezerro de poucos é observado por fazendeiro: caminho de cinco anos até a profissão
Foto: Érica Chaves / Especial para Terra

O custo da criação de um touro bravo é bem mais alto que do gado de corte, e o preço no destino final (tourada) depende da qualidade do touro e do prestígio da fazenda. "Um touro custa em média 5 euros por dia só para ser alimentado, que não parece muito, mas ao final de 5 anos são mais de 9 mil (R$ 21 mil)", explica Rogelio Martí, dono da fazenda de mesmo nome. Na fazenda Alberto Mateos, são 20 touros para a temporada deste ano, o que sustentará as fazendas até a próxima temporada. "O lucro eu não posso revelar, mas pode apostar que é bom", diz o fazendeiro Jesús Filleros.

Os animais vão para as touradas depois de quatro ou cinco anos de vida, quando pesam, em média, entre 450 kg e 500 kg. No início desta faixa etária, ainda considerado novilho, é destinado às chamadas "novilhadas", com jovens toureiros que estão começando a carreira. Se o touro chega em perfeitas condições aos 5 anos, vai para a arena, onde é toureado e morto. "O touro não pode ser mais velho porque ele é um animal esperto e fica perigoso para o homem enfrentá-lo", explica Rogelio.

Nestes anos, o touro bravo recebe um tratamento especial para se manter em perfeito estado de saúde. Os chifres são até mesmo "vendados" para impedir que os animais se machuquem. As fazendas possuem também "tentadeiros", pequenas arenas de touradas onde os bons animais são selecionados. Os toureiros ou fazendeiros provam o touro que tem algum pequeno defeito para saber se serviriam como semental ou provam as vacas que darão origem a outros touros bravos.

Os touros que não servem para as touradas são destinados às festas de rua e podem ser usados por vários anos seguidos. "Não significa que o touro não tenha qualidade, mas sim que tem outras características, como capacidade de fazer esforço por mais tempo e correr muito. Alguns touros ficam inclusive famosos por serem bravos em festas de rua", explica Jesús Filleros.

É aí que as associações que defendem os animais mais protestam. "É difícil proibir porque são festas que dão bastante dinheiro para as pequenas cidades e têm muita tradição, mas causam muito mais estresse e sofrimento aos touros. Nas Canárias, as festas estão proibidas e nosso próximo passo é lutar contra as festas do país Basco e Galícia, regiões onde o uso dos touros não é tão tradicional", conta Aida Gascón, diretora da Anima Naturalis, uma das organizações que defende os animais na Espanha.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade