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Suspeito de ataque pode não ser interrogado, diz prefeito de Boston

21 abr 2013 - 14h40
(atualizado às 14h57)
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O prefeito de Boston, Tom Menino, disse em entrevista ao canal americano ABC que as autoridades talvez não consigam interrogar o suspeito do ataque contra a maratona na cidade, Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, capturado na noite de sexta-feira.

"O irmão mais velho está morto agora. E temos um segundo (suspeito) no Hospital Beth Israel, em estado muito grave, e não sabemos se algum dia poderemos interrogar o indivíduo", afirmou Menino.

Dzhokhar Tsarnaev foi encontrado escondido em um barco guardado em um quintal no distrito de Watertown, perto de Boston. Ele teria sido baleado várias vezes e, depois de ser capturado, foi levado para o hospital Beth Israel Deaconess em Boston, onde está sob vigilância de guardas armados.

O Grupo de Interrogatórios de Detidos de Alto Valor, uma agência de segurança americana especializada em interrogatórios de suspeitos de terrorismo, está aguardando no hospital pela recuperação de Tsarnaev.

O correspondente da BBC David Willis, que está do lado de fora do hospital, afirmou que o suspeito sofreu ferimentos à bala no pescoço e perna e perdeu muito sangue, então as autoridades poderão ter que esperar muito para interrogar o jovem.

O canal de televisão americano CBS News informou que investigadores afirmaram que o ferimento no pescoço pode ter sido uma tentativa de suicídio de Tsarnaev.

A busca pelo segundo suspeito do atentado à bomba contra a Maratona de Boston havia começado na madrugada de sexta-feira, quando o jovem escapou à pé, aparentemente ferido, depois de um tiroteio com a polícia no qual o outro suspeito, o irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, foi morto.

As autoridades americanas agora investigam se os dois irmãos que planejaram e executaram o ataque contra a maratona, que matou três pessoas e feriu mais de 170, tiveram algum tipo de ajuda ou se planejavam mais ataques.

O chefe de polícia de Boston, Edward Davis, afirmou acredita que os dois planejavam mais ataques, pois tinham poder de fogo e explosivos para isto.

"Pessoalmente, acredito que eles estavam (planejando mais ataques). Temos razões para acreditar, baseadas em provas encontradas no local das explosões, os explosivos não detonados e o poder de fogo que eles tinham, que eles iriam atacar outros indivíduos", afirmou.

Acusações e perguntas

Promotores também estão no hospital de Boston onde Tsarnaev está internado. Eles tentam determinar quais as acusações o adolescente deverá enfrentar.

"Eu, e acho que todos os profissionais responsáveis pela aplicação das leis, esperamos que o suspeito sobreviva, pois temos um milhão de perguntas e estas perguntas precisam de respostas", afirmou o governador de Massachusetts, Deval Patrick, no sábado.

Acredita-se que agora os agentes do FBI devem focar suas investigações em uma viagem de seis meses à Rússia feita pelo irmão mais velho de Dzhokhar, Tamerlan Tsarnaev.

A informação da viagem de seu irmão veio à tona na noite de sexta-feira, quando o FBI, a polícia federal americana, divulgou uma nota admitindo que, em 2011, recebeu um pedido de informações de um "governo estrangeiro" que se mostrava preocupado com o fato de que Tamerlan Tsarnaev, morto aos 26 anos, se preparava para deixar os Estados Unidos e viajar ao Daguestão e à Chechênia.

O comunicado não diz que "governo estrangeiro" fez o pedido, mas dois oficiais do FBI confirmaram, sob condição de anonimato, à agência de notícias Associated Press e ao jornal The New York Times que se trata da Rússia.

Segundo os oficiais, os serviços de inteligência russos monitoravam o suspeito, que, assim como o irmão, nasceu no Quirguistão, país da Ásia Central, e anos depois mudou-se para os Estados Unidos, embora a família seja originária do cáucaso russo - onde ficam o Daguestão e a Chechênia, de maioria muçulmana.

As duas regiões já tiveram sérios conflitos com Moscou, e somente a Chechênia já foi palco de duas guerras entre militantes separatistas, que buscam a independência, e forças do Exército russo. Os conflitos levaram ao fortalecimento de movimentos extremistas islâmicos que já foram responsáveis por diversos atentados na Rússia, como ao metrô de Moscou, em 2010, com mais de 30 mortes.

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